Moro, um juiz acusador?

Editorial
Guaíra, 24 de julho de 2016 - 08h03

Em um país acostumado com a impunidade de colarinho-branco, o juiz Sérgio Moro despontou como esperança de combate à corrupção ao conduzir os processos da Lava-Jato. Mas seus métodos se tornaram alvo nos meios jurídico e político.

À frente dos processos relacionados à Operação Lava-Jato, Moro, 43 anos, ganhou status de herói ao personificar a luta contra a corrupção. Ao mesmo tempo, o magistrado passou a dividir opiniões no meio jurídico por adotar métodos pouco convencionais no Brasil.

Ganhou notoriedade por defender as delações premiadas “sem preconceitos”, como ele próprio diz, e por determinar mais de uma centena de prisões cautelares, que normalmente são tratadas como exceções.

Para admiradores, Moro é um magistrado com perfil técnico, determinado e disciplinado, alheio às pressões e às amarras político-partidárias. Para críticos, é autoritário, parcial, excessivamente ativista e uma espécie de “juiz acusador”.

Entre os signatários de um manifesto contra Moro, estão profissionais conhecidos no Rio Grande do Sul. Em artigo de opinião publicado em ZH, Miguel Tedesco Wedy, professor da Unisinos, afirmou que Moro, apesar de “brilhante”, fundamenta suas decisões “fazendo juízos de acordo com sua moral”, antes de coletar “todas as provas”. A avaliação é compartilhada pelo criminalista Aury Lopes Jr.

“Não atuo na Operação Lava-Jato e não defendo a impunidade, mas sou professor de Processo Penal e vejo um atropelo nas regras. Há banalização da prisão cautelar e estão sendo feitos acordos de delação à margem da lei”, resume Lopes Jr.

A carta assinada pelos magistrados é uma tentativa desesperada dos defensores de desqualificar Moro e a Lava-Jato, mas eles não convenceram ninguém.

De uma coisa temos certeza, Sérgio Moro trouxe esperanças de que o Brasil tem solução!


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