“Na Chon!”

Editorial
Guaíra, 5 de dezembro de 2021 - 09h39

Quem não se lembra da novela Rainha da Sucata, exibida pela rede globo nos anos 90, da Dona Armênia (Aracy Balabanian) com seu bordão inesquecível “na chon!”, termo usado com sotaque armênio, que significava colocar no chão a sede de uma sucata edificada em seu terreno. Infelizmente nosso editorial não é para falar dessa belíssima novela escrita pelo talentoso Silvio de Abreu, mas de outra, real e mais séria: serviços, máquinas e equipamentos da prefeitura.  

Você sabe quanto custa os serviços executados pela prefeitura? Qual o preço de se ter uma retroescavadeira e um caminhão rodando o dia inteiro para recolher toda espécie de resíduos?

Hoje essa é uma pergunta que incomoda muitas administrações sérias espalhadas pelo Brasil. A internet é farta de exemplos de prefeituras quem vem inovando nesse sentido. São pregões de registro de preços que não visam mais a compra de máquinas e equipamentos e sim a locação destes, e que nos dá um indicador para responder as perguntas feitas logo acima.

Como exemplo podemos citar a prefeitura de Ferraz de Vasconcelos que este ano fez uma licitação para locação deste tipo de equipamento. Em sua planilha de pagamento estimou o pagamento da hora de um caminhão basculante em R$ 191,67 e de uma retroescavadeira em R$ 130,00, com operador e combustível, totalizando R$ 321,67 por hora. E em nossa cidade será que temos um custo real de quanto gastamos com nossos serviços, feitos com máquinas que chegam a ter mais de 20 anos de uso?

Novos tempos traz novas formas de gestão, que deixam para trás conceitos que se tornaram obsoletos. Quebrar paradigmas, ao que tudo indica, é a nova palavra de ordem, onde administrações modernas buscam dentro da legalidade, sair de processos licitatórios intermináveis, com regras e rotinas rígidas bem definidas, muitas vezes acompanhada ainda do temor de agentes públicos, que algum erro seja apontado no percurso, e ele tenha que responder para os controles externos de fiscalização como, o tribunal de contas e o ministério público e claro ainda correndo o risco que o equipamento depois de arrumado, apresente outro defeito e o calvário comece novamente.

O problema é estrutural, mas quem sabe e com muita coragem, possamos caminhar   no sentido de que, “ganhar” um equipamento seja visto como um imenso “presente de grego”, e talvez seja mais conveniente e racional reverter esta doação em dias, meses ou anos de locação, sem ipvas, pneus, peças, seguros e surpresas variáveis ao longo do tempo.

Talvez seja hora de fazer igual a Dona Armênia, colocar “na chon!”, todo e qualquer maneira de proceder que atrase, dificulte ou mesmo que não seja eficaz em resolver os problemas de uma cidade, com rapidez e lisura.


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