Quando Fachin matou no peito a bola da Lava Jato, não achava-se que ele fosse substituir Teori Zavascki como esse vinha conduzindo essa complexa operação. Mas ele surpreendeu.
Acelerou o máximo que pode o processo, dando celeridade às delações premiadas. E está fazendo de tudo para que o STF exerça sua função de passar o Brasil a limpo.
Teve, obviamente, esse grande revés do José Dirceu. Enfim se entendeu o encontro de Arlindo Chinaglia e Gilmar Mendes em um hotel em Portugal, revelando por uma turista fortuita: destruir as prisões temporárias que vinham permitindo as delações premiadas que eram a base da Lava Jato. A delação de Palocci iria atingir em cheio grandes figuras do sistema judiciário brasileiro. Chinaglia já tinha os votos de Lewandowski e Toffoli. Precisava de pelo menos mais um. Convenceu Gilmar Mendes com um resumo do que poderia sair de Palocci.
No dia seguinte já começaram a chover pedidos de habeas corpus iguais ao que liberou José Dirceu. Afinal de contas, se o segundo homem mais importante dos dois esquemas de corrupção da história brasileira, o mensalão e o petrolão, pode sair livre, por que não todo o resto? O caminho para se melar a Lava Jato já havia sido desenhado.
E adivinha quem vem em primeiro da fila? O habeas corpus de Palocci. Coincidência, não é mesmo?
Fachin soube sair bem dessa sinuca de bico. Já enviou de cara o pedido para o plenário do STF. Nada de ser julgado na 2ª turma, onde a ORCIM já possui 3 dos 5 votos. Agora eles têm que correr atrás de 6 votos pra conseguir nova soltura.
De quebra ainda liberou enfim o pedido de impeachment de Gilmar Mendes para que Janot, seu eterno inimigo, diga se segue ou não. Pode ser que não vá dar em nada, mas o recado foi dado.
Não há mais espaço para Coronéis no Brasil. Seja no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário.