Não queria viajar

Editorial
Guaíra, 20 de junho de 2017 - 07h49

Nosso presidente estava com a sua agenda indicando que deveria viajar para cumprir seus compromissos fora do Brasil. Para “passar” um ar de normalidade, Michel Temer embarcou a contragosto. Nossos presidente deve estar a caminho da Rússia. Em seguida, irá para Noruega.

Antes de passar uma semana fora do país nestes compromissos internacionais, o presidente gravou vídeo para as redes sociais em que pede punição a criminosos envolvidos nos escândalos de corrupção. O material deveria ser divulgado ontem.

Sem citar nomes, Temer escreveu o discurso em meio à tentativa de rebater as acusações de Joesley Batista, dono da JBS, à revista “Época”, na qual afirma que o peemedebista é líder da “maior e mais perigosa organização criminosa” do país. Neste domingo, o peemedebista afirmou em nota que o delator é o “bandido notório de maior sucesso na história brasileira” e prometeu processá-lo. O presidente tentou ainda associar o crescimento da multinacional aos governos petistas, dos quais o partido presidido por ele era aliado.

Este é o segundo vídeo do presidente a ser divulgado nas redes sociais em uma semana, na tentativa de amenizar a crise que ronda o seu governo. Na última segunda-feira, Temer afirmou ser vítima de denúncias “artificiais e montadas” e que instituições públicas criminosas aproximam o país da ditadura. A fala veio para rebater a publicação da “Veja” sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin. Temer disse que não iria “esmorecer”.

Michel é investigado na Corte por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça. Ele deve ser denunciado na próxima semana pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Se isso acontecer, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, remeterá a ação à Câmara, que analisará o caso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e votará no plenário se a denúncia deve seguir ou não. Para isso, é preciso o aval de 342 deputados, ou dois terços do plenário, para continuação do processo.

Estando fora do nosso país, fica ainda mais difícil para Temer usar a sua influência e tentar reverter os fatos.


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