Em tempos de incerteza, um antigo ditado popular nos faz pensar: “O diabo está na casa do terço.” À primeira vista, parece apenas uma expressão estranha, mas sua mensagem vai muito além. Ela nos alerta que o perigo pode aparecer exatamente onde menos esperamos — até nos lugares que consideramos mais seguros e sagrados.
A “casa do terço” representa aquele espaço em que confiamos completamente: nossa casa, nossa família, o trabalho, ou até mesmo nossas amizades. São lugares onde nos sentimos protegidos, acreditando que nada de ruim pode acontecer. Mas o ditado nos lembra que o mal pode entrar onde não estamos esperando. O problema pode vir disfarçado, surgindo em momentos ou de pessoas que acreditávamos serem inofensivos.
A grande armadilha é a complacência — quando relaxamos demais, achando que tudo está sob controle. O erro está em confiar cegamente e achar que o perigo está sempre longe. Quando baixamos a guarda, é aí que ele aparece. O “diabo” simboliza justamente esse problema disfarçado, que aparece quando estamos distraídos.
Esse ditado, porém, não quer dizer que devemos viver com medo ou desconfiando de tudo e todos. O que ele sugere é que fiquemos atentos. Estar vigilante não é viver preocupado, mas é ter consciência de que o inesperado pode acontecer. Às vezes, é nos momentos de maior confiança que surgem as maiores surpresas — e nem sempre são boas.
Além de um alerta, o ditado traz uma responsabilidade: cuidar para que o caos não entre no que mais valorizamos. Às vezes, somos nós que, sem perceber, deixamos o problema entrar, seja por ingenuidade ou excesso de confiança. Assim, essa frase popular nos ensina que devemos equilibrar confiança com cuidado. Não podemos fechar os olhos para a realidade.
Em um mundo tão imprevisível, precisamos estar preparados para o inesperado. O diabo, ou o problema, não avisa quando vai chegar — ele entra sem bater. E só quem está atento percebe a tempo de evitar o pior.