O Perigo do “Barato Que Sai Caro”

Editorial
Guaíra, 2 de agosto de 2024 - 16h39

Ah, o menor preço. Aquele encantador ideal que faz os olhos brilharem e os corações acelerarem, prometendo a solução mágica para todos os problemas administrativos. No universo das licitações públicas, ele é o príncipe encantado que todos desejam, mas que, na verdade, pode se transformar em um sapo feio e indesejado.

Vamos imaginar o cenário: um município encantado decide fazer uma licitação para contratar um serviço essencial. O valor total do contrato é atraente, e a proposta vencedora é a mais barata, prometendo economizar uma bela quantia nos cofres públicos. Todos se congratulam, celebram a “economia” e aplaudem a escolha. Mas, e se eu dissesse que esse barato pode sair caro? Pois é, a fantasia pode ter um final menos feliz do que o previsto.

Quando o menor preço é a única estrela do espetáculo, a qualidade muitas vezes faz papel de figurante. O serviço contratado pode vir com aquele “plus” que ninguém esperava: desempenho abaixo dos padrões, qualidade duvidosa e um bom elenco de desculpas para justificar os problemas. E é aqui que o princípio da eficiência, aquele que realmente deveria reger o show, fica relegado a um papel coadjuvante, quase invisível.

Imagine a cena: o serviço contratado com o menor preço começa a apresentar problemas, e o município se vê em uma maratona de reparos e substituições, com gastos adicionais que superam em muito a economia inicial. É como comprar um sapato barato e ter que gastar uma pequena fortuna com pedicure e fisioterapia. O barato se revela um pesadelo caro, e a tão celebrada economia vira um conto de fadas com final trágico.

A lição aqui é clara: o menor preço pode ser um vilão disfarçado de herói. A administração pública precisa lembrar que o espetáculo não termina com a escolha da proposta mais barata, mas sim com a entrega de um serviço que atende, e até supera, as expectativas da sociedade. É preciso avaliar não apenas o preço, mas também o desempenho, a qualidade e a capacidade de entregar o que foi prometido.

Portanto, na próxima vez que a tentação de optar pelo menor preço surgir, lembre-se da história do sapo encantado. Às vezes, o verdadeiro príncipe está escondido em propostas que oferecem um equilíbrio justo entre custo e qualidade. Afinal, na administração pública, a eficiência deve ser a estrela principal, garantindo que o resultado final seja realmente vantajoso e não um pesadelo disfarçado de economia.

 


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