O valor de uma homenagem

Editorial
Guaíra, 3 de setembro de 2025 - 09h07

Existem nomes que não se contentam em morar somente nas páginas de um documento. Eles pedem espaço na paisagem, no cotidiano, no imaginário de uma cidade. Dar nome a uma rua, a uma estrada ou a um prédio público é mais do que um ato oficial: é inscrever no chão e no tempo a história de alguém que, de algum modo, ajudou a construir o lugar onde vivemos.

Uma estrada batizada em homenagem a um cidadão é como um caminho que continua sendo aberto, mesmo depois de percorrido. Uma rua, quando recebe um nome que carrega memória, passa a ser mais do que um endereço: torna-se uma lembrança a céu aberto, que todos atravessam sem perceber, mas que, silenciosamente, preserva um legado.

Mas as homenagens não precisam se restringir ao concreto ou ao metal frio das placas. Para quem continua entre nós, o reconhecimento pode se manifestar de formas diversas: no título que se entrega em mãos, no aplauso que ecoa em uma cerimônia, ou mesmo no gesto poético de plantar uma árvore. Porque cada árvore cresce como cresce a lembrança: firme, silenciosa e carregada de vida.

Há uma beleza única quando o homenageado pode presenciar esse momento. É como se o tempo, generoso por instantes, permitisse que alguém colha em emoção o que semeou em dedicação. Ver o próprio nome gravado numa placa, num diploma ou até na sombra de uma árvore recém-plantada é sentir que a vida deixou marcas, que não passou despercebida.

Todas as homenagens são valiosas, em vida ou em memória, porque asseguram que histórias não se percam na pressa dos dias. Mas quando chegam no tempo certo, quando o homenageado ainda pode sorrir diante do reconhecimento, elas se tornam também celebração. Não apenas lembrança, mas presença; não apenas memória, mas gratidão pulsando em vida.

Homenagear, afinal, é isso: transformar a trajetória de uma pessoa em um ponto de luz para todos. É garantir que a cidade se lembre, que as gerações futuras respeitem e que, enquanto possível, o próprio homenageado sinta o calor desse gesto. Porque poucas coisas são tão humanas quanto reconhecer e poucas tão justas quanto fazê-lo a tempo.


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