Ah, o sucesso alheio. Esse brilho constante, quase cegante, que parece nos rodear por todos os lados. Em tempos modernos, somos abençoados com a oportunidade de acompanhar, minuto a minuto, a ascensão dos nossos “queridos” amigos, conhecidos e completos estranhos nas redes sociais. Afinal, o que seria da nossa vida se não pudéssemos passar horas vendo o carro novo do fulano, a viagem paradisíaca de ciclano ou o novo título acadêmico de beltrano? Como poderíamos existir sem essa maravilhosa comparação diária que nos lembra, com precisão cirúrgica, o quão insuficientes somos?
É claro, no meio desse deslumbrante show de fogos de artifício digitais, nos perguntamos: será que nosso próprio caminho importa? Ah, quem se importa! O importante é ficar atento ao sucesso dos outros. Afinal, por que gastar tempo com as nossas metas, sonhos e desejos quando podemos saborear a doce melancolia de perceber que sempre haverá alguém mais rápido, mais inteligente e, claro, com mais seguidores?
A ironia é que, no fundo, a preocupação com o sucesso dos outros é quase um hobby coletivo. Parece que traçamos nossas vidas ao som de uma sinfonia de comparações, tentando calcular onde falhamos por não termos atingido o mesmo nível de “perfeição”. E não importa que cada um tenha sua jornada única, com seus próprios obstáculos e desafios. Esse tipo de detalhe é chato demais para considerar. A verdade inconveniente é que é muito mais fácil focar na vida dos outros do que encarar a realidade de que, talvez, o que realmente esteja nos faltando não é o último modelo de smartphone ou o corpo de praia ideal, mas, sim, um pouco de amor próprio e foco no que realmente importa.
E aí está o verdadeiro segredo: a felicidade que tanto buscamos, quase de forma desesperada, pode não estar no número de curtidas ou na próxima promoção. Ela talvez resida, ironicamente, em parar de nos importar tanto com o que o outro está conquistando.
Mas, convenhamos, quem quer fazer esse esforço, não é mesmo? Afinal, é bem mais divertido sentar-se confortavelmente na arquibancada e assistir ao espetáculo do sucesso alheio, enquanto adiamos a grande revelação de que o verdadeiro sucesso é aquele que ninguém vê.
Enquanto estamos ocupados admirando e comparando o sucesso dos outros, muitas vezes deixamos de reconhecer o valor do nosso próprio progresso e das conquistas que, embora não visíveis ou celebradas publicamente, são as que realmente importam para nossa realização pessoal.