Não é segredo para ninguém que o ministro Gilmar Mendes tem negócios em Brasília, São Paulo e Lisboa. Ele passa algum tempo nestes três lugares e onde tem um pouco de paz é exatamente em Lisboa – que ele visita regularmente.
Em uma dessas suas incursões pela Europa, vestindo bermuda, tênis e camiseta, com duas sacolas de compras nas mãos, o ministro foi reconhecido por um brasileiro, que perguntou quem é que estava pagando as passagens de avião que ele tanto usava. Irritado, a resposta do ministro foi um sonoro ”Palhaço” para o tal brasileiro.
Agora, numa inversão de valores que só se dá no Brasil, este cidadão brasileiro está sendo investigado e processado pelo Gilmar Mendes, que se sentiu ofendido com a pergunta.
Acontece que o tal brasileiro, de identidade desconhecida – naquele momento – estava representando toda a população do Brasil. Então fomos, por tabela, chamados de ”palhaços” pelo ministro da Suprema Corte do Brasil.
Recentemente, o próprio Gilmar foi a Fortaleza no casamento de sua enteada. Quando também foi perguntado sobre quem tinha pagado as passagens, ficamos sem resposta!
Agora, ainda nessa semana, o ministro em questão está em Lisboa novamente. Ficará por lá até dia 3 de janeiro, quando deverá voltar para julgar mais um habeas corpus do ex-presidente Lula. Um repórter da Folha de São Paulo fez duas perguntas: Quem pagou a passagem aérea até Portugal e se ele voltará exclusivamente para julgar o HC do ex-presidente!
A resposta foi literalmente esta: ”Devolva essa pergunta a seu editor, manda ele enfiar isso na b….. Isso é molecagem, esse tipo de pergunta é desrespeito, é desrespeito.”
O que será que pensa uma pessoa que é praticamente uma unanimidade de em antipatia? Até as crianças abominam o comportamento de certos políticos que aparecem na mídia. Este é o padrão de alguns políticos do nosso país.
Do outro lado da moeda temos o ministro Sergio Moro, que também é quase uma unanimidade em simpatia, em seriedade, em competência profissional. No entanto, mesmo no supremo, temos pessoas de ilibadas condições morais, de vocabulário de alto calão, como é o caso do Ministro Barroso, editor de vários livros, que até hoje são referências nas boas escolas de Direito pelo País. É este o nosso Brasil, o país dos contrastes, das polêmicas, da inversão de valores.