Vamos encarar a verdade sem rodeios: a sucessão é o momento da virada, o inevitável ‘próximo capítulo’. Não importa se estamos falando daquela tia que precisa finalmente deixar a receita secreta de família com alguém ou do presidente que precisa entregar as chaves do país: o tempo de todo mundo acaba. E tentar segurar a cadeira até o último suspiro não é sinal de força, é sinal de medo.
Na vida, a sucessão é a prova de que você não é o centro do universo para sempre. É o momento em que quem está no comando precisa ter a humildade de admitir: “Eu fiz o meu, agora é a vez do novato brilhar.” Ficar agarrado ao controle, sufocando quem está chegando, só mostra que você não construiu um legado, construiu uma dependência. Um bom líder prepara o terreno para que a próxima pessoa não apenas continue, mas faça melhor. É como passar o ponto de um bar que está bombando: você quer que o negócio continue dando lucro, não que ele vá à falência porque só você sabia onde ficava o estoque de cerveja.
Na política, a coisa fica mais quente. Quando alguém se recusa a preparar ou aceitar um sucessor, ele está, na prática, dizendo que o futuro não importa. Ele está jogando um jogo de ego, não de nação. Esse apego doentio ao poder cria um vácuo. E, sejamos francos, quando o poder cai no chão de repente, quem pega? Geralmente, a pessoa menos preparada ou mais oportunista. É um desastre. O líder inteligente (aquele que merece o nosso respeito), não tem medo de ter um sucessor forte; ele o cultiva. Ele sabe que a verdadeira força está em fazer a instituição sobreviver e prosperar sem ele.
Portanto, a mensagem é clara e sem metáforas: parar de enrolar e planejar a sucessão não é um favor, é obrigação. É a única maneira de garantir que a energia e as ideias sigam fluindo sem o risco de um colapso repentino. É a hora de desapegar, dar espaço e observar de camarote enquanto a próxima geração coloca fogo novo na lenha. Aceitar a sucessão é sinal de visão e de maturidade. Ficar estagnado? Isso é coisa de museu.