Talvez muitos lembrem do personagem jovem revolucionário Washington Castro, que enlouquecia seus pais, Estelita Bell e Dary Reis, do programa Chico Anysio Show de 1984, e na realidade conheceram alguém ou mesmo passou pela angústia de ter uma pessoa querida, um amigo aprisionado peça ideologia.
A “Prisão Ideológica” seja qual for, não é um lugar físico, mas uma realidade complexa que aprisiona mentes e corações sem grades ou paredes visíveis. É como uma Matrix onde os indivíduos vivem uma ilusão de liberdade enquanto estão, na verdade, aprisionados por três crimes: a rejeição da realidade em troca de um ideal distópico, o abandono da busca pela verdade em favor de uma ideologia simplista e alienante, e a renúncia à sinceridade em troca de uma vida de falsidade.
Nessa prisão, não há muros físicos, mas os prisioneiros voluntariamente mergulham mais fundo em seus calabouços ideológicos. Eles habitam uma realidade onde a moralidade é flexível e a coerência é uma raridade, participando de um jogo de máscaras intelectuais onde trocam de papéis conforme convém.
Esses indivíduos são vítimas da ideologia, que seduz com sua retórica e oferece refúgio aos oportunistas. No entanto, assim como as drogas, essa prisão gera mais sofrimento para quem está fora do que para quem está dentro. Devemos buscar meios de libertar aqueles que amamos dessa fortaleza intelectual, antes que percam completamente sua personalidade e individualidade.
A liberdade que esses prisioneiros acreditam desfrutar é apenas uma ilusão, e só pode ser quebrada através do confronto com a realidade, da exposição pública ou do convencimento argumentativo, mesmo que seja um processo doloroso.
O sonho de liberdade que eles pensam estar gozando plenamente num pesadelo invertido só acontece mediante três possibilidades: choque de realidade; humilhação pública; e convencimento argumentativo. Um remédio que pode ser amargo mais necessário.