Dar nome a um espaço público é um ato que vai além da tinta na placa. É escolher quem a cidade decide lembrar todos os dias. É definir quais valores merecem permanecer de pé, mesmo quando o tempo passa. Por isso, nomes não podem ser escolhidos ao acaso. Precisam carregar história, verdade e serviço prestado. Precisam ter chão.
José Gomes tem chão. Tem estrada. Tem suor misturado à terra desta cidade.
Há pessoas que constroem Guaíra sem nunca aparecerem nas fotografias oficiais. Estão nas madrugadas silenciosas, nas enxadas que abriram caminho, nas mãos que não soltaram o trabalho nem nos dias de chuva, nem nas noites longas. José Gomes foi assim. Um homem simples, de passos firmes, que nunca precisou de holofotes para fazer o que era certo.
Quando se dá o nome dele a um conjunto de casas, não se está apenas homenageando alguém do passado. Está-se dizendo, com clareza, que a cidade reconhece quem trabalhou de verdade, quem sustentou o coletivo com dignidade, quem ajudou a levantar lares mesmo antes que eles existissem.
José Gomes conheceu o peso da luta. Conheceu o valor de um teto. Soube o que é recomeçar, insistir, adaptar-se e seguir. Talvez por isso seu nome agora sustente lares. Talvez por isso faça tanto sentido. Porque essas casas não repousam apenas sobre concreto, mas sobre uma história de persistência e honestidade.
Dar nomes assim é ensinar. Ensinar às novas gerações que vale a pena servir, que o trabalho correto deixa marcas, que o bem feito permanece. É dizer às famílias que ali vivem que aquele endereço carrega respeito. Que ali mora um pedaço da alma de Guaíra.
José Gomes não foi um homem de discursos longos. Foi de atitudes. E há nomes que dispensam explicação. Bastam existir.
Que este residencial seja mais do que moradia. Que seja memória viva. Que seja exemplo. Porque quando a cidade escolhe bem seus nomes, ela escolhe bem o seu futuro.

