“Quarentena não é vacina”

Editorial
Guaíra, 7 de junho de 2020 - 12h09

Esta expressão foi usada pelo prefeito da cidade de Marília – Daniel Alonso – e por isso mesmo foi motivo de uma entrevista no noticiário “Pingos nos is”, no dia 3 de junho, através do YouTube.

Fora do contexto esta expressão já soa forte, dentro do contexto do prefeito ele foi enfático em afirmar que o comércio daquele município iria abrir contrariando as orientações do governador João Dória – que é do mesmo partido de Daniel Alonso (PSDB).

Para esclarecer a posição do prefeito, ele não concordou com a classificação de sua cidade no “nível 2”, imposto pelo governador, baseado na proporção de leitos disponíveis para a pandemia. Ele próprio a classificou no “nível 4” e argumentou que está fazendo a lição de casa há cerca de 70 dias, ou seja, o prefeito,  sua equipe e os cidadãos de Marília estão alinhados na ideia da quarentena responsável, desde o início da contaminação pelo vírus.

A população abraçou – com o prefeito – o isolamento social, o distanciamento disciplinar, o uso de máscaras e somente as empresas  com mercadorias de primeira necessidades abriram suas portas, assim mesmo com a responsabilidade prevista pelas orientações da saúde. Não houve festas, nem bares abertos, nem piquenique, nem disputas esportivas e nem foi preciso usar da fiscalização ou a força da  Guarda municipal  para que o cidadão entendesse a necessidade de se resguardar. O resultado disso foi que Marília possuía, até aquele momento, apenas um óbito para uma cidade de 250 mil habitantes.

Por lá, a Câmara de vereadores – por unanimidade – deu autonomia para o prefeito agir ( e ele age em comum acordo com seu colegiado), mesmo porque qualquer atitude fora do contexto recairá mesmo sobre ele.

Mas, o que chama a atenção é a sintonia daquele prefeito com sua cidade. Ele reitera que os cidadãos não residem somente na União ou no Estado, mas principalmente naquele pedacinho de chão que é o município e foi por este que ele foi eleito. Mesmo porque, como diz o Governador de Minas Gerais: “Ninguém conhece mais a sua cidade do que o seu prefeito”.

Pode até ser que o protocolo de Marília sirva como inspiração para outros municípios, não como um caso de rebeldia, pois, ainda segundo Daniel Alonso, “não é um relaxamento, pelo contrário, mas uma flexibilização inteligente”.


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