A célebre frase de Getúlio Vargas, “Quem não aguenta o trote não monta o burro”, ressoa como um conselho atemporal. Apenas aqueles preparados para enfrentar dificuldades devem assumir certas responsabilidades. Caso contrário, tornam-se presas fáceis, especialmente para os chantagistas de plantão.
A chantagem, em suas variadas manifestações, é uma velha conhecida da humanidade. Seja no campo emocional, profissional ou nas relações de poder, essa prática insidiosa infiltra-se onde menos se espera. O chantagista é um mestre em identificar fraquezas, transformando inseguranças em ferramentas de manipulação. E é nesse cenário que o verdadeiro drama se desenrola: a vítima, enredada em uma teia invisível, ajuda a construir sua própria armadilha, tijolo por tijolo, com cada concessão feita.
Depois não adianta chorar “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Quando você acordar será tarde e só lhe restara ser o bailarino principal, em um palco de hesitação e medo, uma “vitima” movendo-se ao som de promessas sussurradas e ameaças veladas, acreditando que ceder um pouco mais, comprará sua liberdade. Doce ilusão! Pois ira perceber que cada concessão é apenas mais um passo na coreografia da submissão.
Assim, os maestros habilidosos na arte da chantagem, com um simples levantar de sobrancelhas, um olhar sugestivo ou até mesmo uma caneta e um papel, conduzirão seus marionetes emocionais com a precisão de um maestro regendo uma sinfonia.
Um espetáculo continuo onde, as vítimas, presas em seu dilema, hesitam entre correr e ficar, enquanto o “bicho” da chantagem se deleita em sua posição de poder. Mas, como todo bom espetáculo, este também tem um fim. A verdadeira reviravolta acontece quando os bailarinos, cansados de sua dança sem fim, decidem abandonar o palco, buscar apoio e reescrever o roteiro de suas vidas.
A todos que temem uma simples chinelada, que tal transformar o medo em coragem e deixar o “bicho” sem palco para atuar? Afinal, a verdadeira liberdade começa quando se decide parar de dançar conforme a música de qualquer chantagista.