QUEREM NOSSAS “CABEÇAS”

Editorial
Guaíra, 23 de julho de 2025 - 09h12

Vivemos tempos em que pensar tornou-se um ato subversivo, e sentir, uma ameaça. A música “Metrô Linha 743”, de Raul Seixas, não perdeu sua atualidade ao denunciar o custo alto que pagamos por ousar questionar, refletir e resistir.

Num cenário onde a vigilância é constante e a repressão se disfarça de ordem, ser livre é tornar-se alvo. A cabeça, símbolo do pensamento crítico e da autonomia, é a parte mais desejada pelos “canibais” do poder, aqueles que preferem mentes domesticadas, obedientes, caladas.

O medo que permeia nosso cotidiano, seja na rua, no trabalho ou nas redes sociais, não é coincidência. É uma estratégia. Quem controla sabe que ideias são sementes perigosas; sentimentos sinceros são fogo que não apaga; e esperança, a força que move as revoluções.

Ao perder sua cabeça, o personagem da música representa todos nós que, muitas vezes, deixamos o conforto nos calar, trocando a coragem pela acomodação. Mas, assim como o cérebro que mesmo “vivo à vinagrete” resiste e pensa, a chama da resistência permanece acesa dentro de cada um.

Não desista de pensar, sentir e agir. Porque, em tempos de silenciamento, o maior ato de rebeldia é manter a mente livre e o espírito indomável. Quem ainda tem cabeça para pensar deve estar preparado para os riscos, mas também para a transformação que essa coragem pode gerar.


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