Reaja, Brasil!

Editorial
Guaíra, 7 de setembro de 2025 - 13h36

Hoje, 7 de setembro, há um convite para o Brasil reagir.

Não é convite à violência, tampouco à retórica vazia. É um chamado à participação cotidiana, à cobrança persistente, à recusa do “tá assim mesmo” como destino. É hora de transformar indignação em ação, frustração em coragem, silêncio em voz.

Reagir significa cobrar daqueles que governam, mas também assumir o próprio lugar na construção de um país melhor. É plantar, ensinar, aprender, cuidar, fiscalizar, protestar, dialogar, não se resignar. Cada ato de cidadania é uma pequena independência conquistada, um passo para que o país deixe de ser apenas um cenário de espetáculo e se torne um espaço de justiça, igualdade e oportunidade real.

A independência, a verdadeira independência, não mora nos palanques nem nos hinos; ela pulsa na coragem de quem levanta a mão, questiona, participa e exige que a promessa de 1822 finalmente se cumpra. Está na ação de cada cidadão que se recusa a aceitar o mínimo como suficiente, que transforma o descontentamento em iniciativa, que entende que liberdade sem responsabilidade é apenas palavra vazia.

A cada 7 de setembro, repetimos o ritual: bandeiras tremulando, discursos ensaiados, marchas milimetricamente coreografadas. A pátria parece forte, altiva, soberana. Mas basta virar a esquina para que o retrato se desfaça: ônibus atrasado, hospital sem gaze, escola sem professor. A independência desfila na avenida, mas não pisa no asfalto rachado da vida real.

Enquanto a banda toca o hino, o verdadeiro Brasil desafina no cotidiano. A cada panela vazia, a cada promessa quebrada, a cada esperança adiada, fica claro: não foi dado o ponto final naquela história de 1822. Foi apenas uma vírgula.

Por isso, o chamado não é para o desfile, mas para o despertar. Reaja, Brasil!

Não com slogans prontos, mas com a coragem de cobrar, participar e recusar o “tá assim mesmo” como destino. Porque, se o povo não reagir, o 7 de setembro seguirá sendo apenas isso: um espetáculo bonito para a TV e inútil para a vida.


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