Há números que impressionam pela grandiosidade. Onze toneladas de arroz, por exemplo, poderiam ser lidas apenas como dado estatístico, mas em Guaíra esses 11.040 quilos ganharam outra dimensão: a de um gesto coletivo, tecido pela solidariedade de uma comunidade inteira em favor do Hospital de Amor de Barretos.
Não se trata somente de arroz empilhado em fardos. Trata-se de cuidado transformado em alimento, de esperança convertida em quilos, de abraços que chegaram antes mesmo dos grãos. A campanha do Grupo Ao Barulho mostrou que a verdadeira força de uma iniciativa está justamente no que não se mede: o espírito comunitário, a união de diferentes mãos, a decisão de olhar além dos próprios limites.
O gesto ganha ainda mais valor por seu destino. O Hospital de Amor, instituição que se tornou referência em acolhimento e tratamento humanizado, depende desse tipo de mobilização para continuar sua missão. Cada pacote doado em Guaíra foi uma forma silenciosa de dizer: “não estamos indiferentes ao sofrimento de quem precisa”.
Este editorial não se limita a enaltecer a conquista de mais de 11 toneladas de arroz. Ele busca sublinhar o que esse feito revela: a capacidade de uma sociedade de se organizar, de compartilhar e de mostrar que há caminhos possíveis quando a palavra solidariedade deixa de ser discurso e se torna prática.
Vale lembrar que movimentos como esse não nascem sozinhos. Precisam de líderes, de mãos que organizam e de vozes que ecoam. A diretoria do Grupo Ao Barulho foi essencial nesse processo, mas o mérito maior está no espírito coletivo que se formou em torno da causa. Afinal, se a solidariedade é corrente, cada elo sustenta o próximo.
Em tempos em que tantas manchetes falam de divisões e crises, é revigorante registrar uma notícia que mostra o contrário: que quando uma cidade se une, o impossível se torna apenas questão de organização. Mais do que arroz, o que se arrecadou em Guaíra foi esperança e ela, felizmente, não cabe em balanças.