Tudo junto e misturado

Editorial
Guaíra, 19 de novembro de 2025 - 08h04

O Brasil não nasceu de uma única história. Nasceu da soma de muitas.É fruto de encontros e desencontros, de trocas e resistências, de culturas que se cruzaram e moldaram o território e seu povo. Povos indígenas, africanos, europeus e tantas outras influências construíram, camada por camada, a complexa identidade que hoje reconhecemos como brasileira.

Essa mistura, marcada por conflitos, mas também por integração, dialoga diretamente com as reflexões de Aldo Rebelo em O Quinto Movimento, obra em que o autor destaca que a formação do Brasil é uma construção coletiva. Ele mostra que somos resultado de forças diversas que, apesar das tensões, convergiram para criar algo novo, original e profundamente nosso. Um projeto de nação tecido a muitas mãos.

Dentro dessa construção, o Dia da Consciência Negra assume um papel especial. Ele ilumina uma parte essencial dessa mistura: a contribuição negra, muitas vezes silenciada, mas absolutamente decisiva. A influência africana está na língua que falamos, na música que nos move, na culinária que nos identifica, no modo brasileiro de sentir o mundo. Está na capacidade de transformar adversidade em força e história em futuro.

Celebrar o 20 de novembro não é separar nem segmentar. É reconhecer que valorizar a herança negra fortalece o conjunto da identidade brasileira. A consciência negra amplia a consciência nacional, porque nos lembra que a força do Brasil está justamente na pluralidade que o constitui.

Este é um dia para honrar raízes, reconhecer trajetórias e inspirar avanços. Um dia para entender que a mistura que nos formou não é apenas memória. É um caminho de futuro. E quando todas as vozes que compõem o Brasil são reconhecidas e respeitadas, o país inteiro se torna mais forte, mais justo e mais verdadeiro consigo mesmo.


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