Há acontecimentos que dividem a história de uma cidade. Em Guaíra, o dia 10 de maio de 2025 jamais será esquecido. Não apenas por marcar uma despedida dolorosa, mas por revelar, em meio à dor, o mais puro gesto de amor: a doação de órgãos.

Deivid Vieira, um jovem de apenas 26 anos, teve a vida interrompida de forma precoce. Mas, graças à coragem de sua família, sua partida não foi o fim. Foi o começo de muitas outras vidas. Pela primeira vez, Guaíra testemunhou a grandeza que é dizer “sim” à doação de órgãos. Pela primeira vez, um filho guairense se tornou doador múltiplo efetivo — um marco de solidariedade que nos enche de emoção, orgulho e esperança.

Neste gesto, Guaíra foi além da dor. Escolheu amar. Escolheu transformar o luto em luz. Escolheu, acima de tudo, doar vida.

A história de Deivid agora pulsa em novos corações, respira em novos pulmões, renasce em outros corpos. E, sobretudo, inspira. Exemplo é isso: tocar os outros de tal forma que os transforme para sempre. A família de Deivid nos transformou. Nos ensinou, com seu exemplo silencioso e gigante, que doar órgãos é mais que um ato de solidariedade, é um compromisso com a vida, com o próximo, com a humanidade.

Hoje, Guaíra aprende. Aprende que é possível ser imortal não pela duração da vida, mas pela profundidade dos gestos. E Deivid, com sua partida generosa, se eterniza como herói. Um herói real. Um herói nosso.

Que este momento histórico ecoe em cada lar, em cada consciência, em cada escolha futura. Que sejamos, todos nós, tocados por esse gesto e tenhamos a coragem de seguir esse caminho de empatia e doação.

Aos familiares de Deivid, nossa eterna reverência. À cidade de Guaíra, um novo compromisso: que este primeiro gesto não seja o último, mas o início de uma cultura de doação que salve e transforme vidas.

Porque quando um coração para, muitos outros podem voltar a bater.