Vinte anos de atraso

Editorial
Guaíra, 22 de dezembro de 2017 - 11h54

Os mais velhos hão de se lembrar quando Paulo Maluf era prefeito de São Paulo. Ele iniciou a era do “Rouba, mas faz”, um adágio que é um acinte a qualquer inteligência.

Agora, com vinte anos de atraso, foi lhe dada voz de prisão.

Paulo Salim Maluf se entregou, na Polícia Federal, aos 86 anos de idade, usando uma bengala para caminhar e com o tratamento de câncer em andamento.

Parecia uma figura patética, do velho Maluf, sendo amparado por advogados, entrando no prédio da polícia, que esteve ao seu encalço por tanto tempo.

No inquérito, consta que ele desviou dos cofres públicos, quando esteve na prefeitura de São Paulo, uma quantia que se for comparada ao montante que foi literalmente “roubada” pelos políticos atuais, Paulo Maluf não chega nem no chinelo.

Na época, foi um escândalo, pois ele dizia que o dinheiro não era dele. Não conhecia o banco em que o dinheiro estava depositado e nem sabia qual era o valor. Como vemos o ex-presidente Lula, quando afirma, hoje, que nada é dele, apenas copia o que Maluf vem dizendo há vinte anos.

Também naquela época, foi inaugurado um neologismo no vocabulário português: o verbo malufar!  O sinônimo todos sabem: roubar! Quando se emprega o verbo, dizendo por exemplo “Ele malufou”, estamos homenageando seu criador: Paulo Salim Maluf, Deputado tantas vezes eleito que chegou a pleitear a presidência da República.

Débil, fraco e doente, o ex-prefeito não deve ficar na prisão. Seus advogados vão anexar aos autos a foto da sua bolsa de medicamentos e o jeitinho brasileiro não vai deixar uma das mais velhas raposas do cenário político do Brasil acabar seus dias na prisão.


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