A Venezuela anunciou que vai aumentar em 900% o preço do trigo. E a Coca-Cola irá parar de produzir qualquer refrigerante no país, por não ter mais açúcar. “Viva la Revolucion!”
Por aqui, em terra Tupiniquim, quando o Temer fechou seu ministério foi alertado: colocar ministros enrolados com a Lava Jato poderia trazer problemas com o desenrolar das investigações.
Como bom advogado especialista em direito constitucional, Temer bateu o martelo: investigado não é culpado. Todos são inocentes até que se provem o contrário.
Aprendeu da forma mais dura uma lição básica do pragmatismo político. “A mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta.”
E cá entre nós, Romero Jucá, desde seus tempos de ministro de Dilma, estava bem longe ainda da primeira premissa, quanto mais da segunda.
No momento em que estamos fechando esta edição, “todo mundo” está focado nas novas medidas econômicas anunciadas por Henrique Meirelles, o Senado se reúne para votar a nova meta fiscal.
Aconteceu o mesmo ano passado. Dilma tinha previsto para 2015 um superávit de 120 bilhões, mas depois que o TCU impediu que se fizesse novas maquiagens com as contas, como ela vinha fazendo – as tais pedaladas fiscais, a presidente entregou um déficit de 150 bilhões.
Esse ano, a equipe de Dilma foi mais comedida, acreditou que pudesse entregar um superávit de 24 bilhões. Os esqueletos no armário descobertos pela nova equipe do governo mostraram que o rombo era de 170 bilhões.
Mas o que acontece se o Senado não aceitar a nova meta fiscal? Simplesmente o governo para. Por lei ele fica impossibilitado de pagar salários, investimentos, repasses. Os hospitais não poderão mais comprar materiais, as creches terão que ser fechadas, assim como colégios públicos. E toda a verba destinada para o social, como o bolsa família, é interrompida. Tudo que é público para, automaticamente, de funcionar.
Consegue-se imaginar um país depois de 14 anos com o lema “quanto mais Estado, melhor” ser obrigado a parar todos seus serviços públicos de uma hora para a outra?
Ok, votar a nova meta fiscal é fundamental. Mas nesse exato momento Gleici Hoffmann, a senadora petista pertencente ao grupo do jardim da infância, grita no microfone para que a reunião da comissão seja interrompida. Foram obrigados a cortar seu microfone para que os trabalhos continuassem. Mesmo assim ela continua gritando no plenário. O PT já sabe que não tem força para evitar a aprovação da meta. Então resta mesmo somente gritar!