“A gente colhe o que planta, então preste mais atenção na plantadeira.” A frase soa simples, quase como uma daquelas lições que escutamos na infância e esquecemos na pressa de crescer. Mas, em sua simplicidade, carrega uma sabedoria profunda sobre responsabilidade, escolhas e consequências — pilares silenciosos que sustentam a vida adulta.
Na agricultura, ninguém planta milho esperando colher trigo. O que se semeia determina, com poucas margens de erro, o que se vai colher. Por que então, na vida, tanta gente se espanta com os frutos amargos que brotam depois de anos sem cuidado com o que se lançava ao solo? A analogia é clara: nossas ações, palavras, intenções e omissões são sementes. E a “plantadeira”, nesse cenário, é o conjunto de decisões que tomamos todos os dias — conscientes ou não.
Prestar atenção na plantadeira significa vigiar não somente o que fazemos, mas como fazemos. Um gesto de gentileza pode germinar em relações saudáveis. Uma escolha ética, mesmo em desvantagem momentânea, pode render respeito e confiança no futuro. Por outro lado, negligência, egoísmo ou apatia são sementes também — e quando crescem, dificilmente dão flores.
A vida não é exata como uma equação, mas ela é coerente. Ela tende a devolver, de formas variadas, aquilo que investimos nela. Quando a colheita chega — seja na forma de sucesso, solidão, paz ou conflito — é tarde para desejar ter plantado diferente. Por isso, a sabedoria não está só em querer bons frutos, mas em prestar atenção na plantadeira: escolher bem o que vai ao solo, como se cultiva e com que frequência se revisa o próprio modo de plantar.
Não é sobre perfeição. É sobre intenção e consciência. A natureza nos ensina: todo ciclo começa no plantio. Na vida, não é diferente. E a melhor hora de revisar a plantadeira é agora.
Que tipo de sementes você tem lançado ultimamente?