A pandemia da Covid-19 impôs desafios inéditos para os profissionais da Educação do País quando impediu a ida dos alunos às salas de aula, transformando o comum ambiente de aprendizado das escolas em encontros virtuais, por meio da internet, nos computadores, tablets e celulares dos estudantes.
As dinâmicas de preparação das aulas, de exposição do conhecimento, participação e integração, tiveram de ser revistas e aperfeiçoadas com objetivo de manter a qualidade satisfatória do ensino sem prejuízos de aprendizagem às crianças e jovens dos ensinos infantil, fundamental e médio, das escolas públicas e particulares, nos estados.
Agora, os alunos voltam às aulas presenciais. Porém, o futuro reserva mais uma grande reviravolta no dia a dia dos profissionais de Educação. É que, a partir de 2022, o País terá a missão de consolidar o Novo Ensino Médio. A nova metodologia foi aprovada em 2017 e prevê a implementação da primeira etapa já a partir de janeiro.
A carga horária de estudos vai aumentar para os alunos e professores, passando de quatro para cinco horas diárias, no mínimo. Os conteúdos serão agrupados por áreas de conhecimento, e não mais por disciplinas, e as escolas terão de oferecer atividades extras – Itinerários Formativos – de formação técnica e profissional.
A ideia é capacitar o estudante do Ensino Médio para as carreiras acadêmicas nas universidades e faculdades por áreas de afinidade de cada um e, também, prepará-lo para o mercado de trabalho.
Para o especialista em Psicologia Educacional, Afonso Galvão, a efetivação do Novo Ensino Médio vai exigir dos professores mais capacitação e, sendo assim, impõe aos gestores públicos a obrigação de investir firmemente na infraestrutura das escolas, nas tecnologias, nas metodologias, nos salários e na preparação do profissional de Educação. Na visão dele, sem a devida dedicação que a Educação das cidades precisa, o Novo Ensino Médio pode levar muito tempo para ser implementado com vigor nos estados e a principal prejudicada será a própria Nação.
“Em condições adequadas é possível que se faça uma transição para esse novo modelo em quatro ou cinco anos. Mas, considerando o descaso histórico pela Educação, é muito difícil que o Novo Ensino Médio vingue. É necessário que haja, além desse projeto, responsabilidade dos gestores públicos”, explicou o especialista. (Colaboração: Brasil61)