Entrevista da Semana

Dani Moisés: uma alma de muita luz na vida da comunidade

Cidade
Guaíra, 18 de fevereiro de 2018 - 09h16

Daniela das Graças Moisés, filha de Benedito Antônio Moisés e Hilda Maria Capanema Moisés, tem como irmãos Deivid e Diego. É formada em Design de Modas e Estilismo e ainda em Educação Física. Tem no pai e na mãe o alicerce e o espelho para sua vida. Sensível, linda e simpática, “Dani” tem como objetivo tornar o seu semelhante mais feliz.

Como surgiu este interesse pela música?

Foi meio por acaso. Sempre gostei de músicas, de baladas, de ver a alegria das pessoas dentro de uma festa. Então, foi por curiosidade!  Assim, procurei aprender mais. Na época, fiz meu primeiro curso de DJ em Franca, no SENAC, foram três meses, todas as terças e quintas feiras. Mas, não atuei, não coloquei em prática o que aprendi. Logo depois, meu espírito inquieto quis colocar tudo na prática, minha mãe me deu a maior força e fomos atrás dos equipamentos. Quando me apresentei pela primeira vez, eu mal levantava os olhos, morria de vergonha, não sorria, não olhava para ninguém. O pessoal me incentivava insistindo para eu sorrir mais… Depois fiz outro curso em Ribeirão Preto para me aperfeiçoar e assim fui tocando cada vez mais. Tem uma coisa que não sei explicar: quando subo no palco, eu me sinto outra pessoa. É muito mágico!

 

E as maquiagens artísticas?

Hoje eu gosto muito! Eu não era uma pessoa afeita em usar maquiagens. Não passava nada! Eu nem gostava. Parecia que eu perdia tempo fazendo maquiagem. Mas, ganhei uma vez um Kit de maquiagem de uma amiga que insistia que eu usasse. Só que gostava mais das coisas artísticas, então procurei na Internet e fui me apaixonando. Surgiu uma oportunidade de fazer um curso, aqui em Guaíra,  com a Lais Zancanella e depois outro  curso da uma marca muito famosa “Caterine Rio”, em São Paulo,  e ainda fiz mais um, em Bebedouro,  com Fábio Pincel.  Sou apaixonada pela arte, ficava muito curiosa em saber como se fazia aquelas maquiagens artísticas, coisas de cinema mesmo e fui aprendendo. Quando pego no pincel, as cores e as formas vão surgindo, é muito interessante.

 

E a “Dani” modelo fotográfico?

É um bico (risos). Começou na Faculdade quando eu fazia moda. Surgia uma oportunidade e o pessoal logo falava “A Dani é quem vai fazer a foto”… Quando me formei em moda, abri uma loja, tirava fotos das roupas com as minhas clientes… Quando fui fazer Educação Física, acontecia a mesma coisa, o pessoal sempre me chamava, “vem tirar uma foto!”… Eu passava em frente às lojas e as pessoa me chamavam… Desfilava também. Por fazer muitas fotos e colocar nas redes sociais, parece que chamou a atenção, não sei explicar (risos). Sempre sou chamada para fazer uma coisinha ou outra!

 

E hoje?

Hoje sou personal trainer, dou aula na Academia Flex 360 e toco quando tenho oportunidade.

 

Sempre estudou em Guaíra?

Fiz da primeira até a quarta série no Francisco Gomes, de quinta série até o segundo colegial no Objetivo e depois o terceiro colegial na Escola Santa Luz. Tenho grandes lembranças dos meus professores. Mas, a professora Elizete, irmã da Beth do Santa Luz, que deu aulas de química, me fez gostar dessa matéria. Eu gostava das artes mas, o jeito que ela explicava, até hoje eu me lembro.

 

Você é uma pessoa religiosa?

Não tenho uma religião, o que eu tenho é muita Fé em Deus. Eu acho toda Fé bonita! Toda pessoa tem uma Fé particular e eu acho isso muito bonito! Tanto que tenho uma tatuagem que está escrito “O amor é minha religião”. Acho bonita a Fé da minha mãe, a sua Fé, a Fé do meu namorado, do meu pai, mas não sou uma pessoa que segue uma religião, eu sigo o amor de Deus.

 

Quando seu pai teve um problema de saúde, esta Fé te segurou?

Na verdade, quando meu pai ficou doente, ele não quis mais saber de viver (emocionada)! Eu tinha que mostrar alguma coisa para ele… Não podia deixar que ele me visse sofrendo. Se ele me visse sofrendo, visse minha mãe e meus irmãos sofrendo, ele ia sofrer. Eu rezava todos os dias, falava com Deus, procurando algo para me segurar… Então, me veio uma foça enorme que só pode ter vindo Dele. Eu quis que essa força se canalizasse para o meu pai. Então eu deixei bem claro para o meu pai que faria tudo por ele… Eu só falava nele, cantava para ele, postava coisas dele, essa força que eu tinha, passava para meu pai. Eu tive Fé, eu tive Força e passei tudo para ele.

 

E a casa Vovô Antonio?

Quando eu estive lá pela primeira vez, chorei muito. Na segunda vez, meu pai estava lá! Fazia dois meses que eu não o via, foi uma surpresa para ele. Nada foi combinado, a ONG que eu participava organizou uma visita na Casa Vovô Antonio e coincidentemente meu pai estava em tratamento lá. Eu ensaiei uma música no violão e cantei para ele. Era uma música gospel, chamada “Pai”. Quando chegamos lá ele estava no “paliativo”, que é um lugar que ninguém pode entrar a não ser os enfermeiros, minha Cida estava de acompanhante com ele. Não queriam deixar-me vê-lo, mas tomei um banho de álcool gel, implorei para vê-lo, eu estava vestida de palhacinha, ele, quando me viu chorava e eu chorava muito… Nos abraçamos num abraço de renascimento. Ali eu vi que precisava fazer alguma coisa para ajudar aquele lugar. As pessoas que trabalham no hospital do Câncer, na casa Vovô Antonio, não são seres humanos, são anjos. Ele podem estar com a renda lá embaixo, mas fazem de tudo pelo paciente.

 

E você fez?

Eu já tinha saído da ONG, então tomei a iniciativa de reunir os amigos, estes amigos chamaram outros amigos e conseguimos levar muito leite, cachorro quente, refrigerante, ganhei tudo! Guaíra é uma cidade abençoada! Me ajudaram demais! Quando falei que ia levar o que eu tinha arrecadado, elas me pediram que eu levasse ventiladores de teto porque tinha pessoas acamadas e no apartamentinho delas não tinha ventilador. Consegui levar quatro ventiladores. Ir até lá, levar esta alegria para eles que estão fragilizados pela doença, é muito gratificante.

 

Uma mensagem

Eu me sinto muito grata quando levo alegria para alguém. Seja de qualquer forma! Seja deixando alguém mais bonita na maquiagem, ou ajudando uma pessoa como personal, ou no show, levando felicidade. Posso garantir que sou muito feliz. Tudo que se passa nesta vida, mesmo que chorando, é um aprendizado. Tenho uma família maravilhosa, sou grata a esta família! Eu acho que no mundo de hoje, as pessoas têm que reaprender a Amar de novo. Tem muita gente perdida! Parece que têm medo de amar uns aos outros. Não colocam em prática tudo o que aprenderam no lar, na comunidade, na Igreja… Acho que a grande esperança de um mundo melhor está no Amor!!!

 


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