Entrevista da Semana

Serjão: do esporte à dedicação com o bairro Tonico Garcia

Cidade
Guaíra, 12 de agosto de 2018 - 09h45

 

 

 

 

 

 

Mário Sérgio Camargo, mais conhecido como Serjão, tem 60 anos, é casado com Sebastiana Francisca Camargo e pai de duas filhas:  Rose Maria e Rose Miele. Nascido e criado em Guaíra, morou por nove anos em Campinas, mas voltou por questões familiares. Não existe ninguém mais apaixonado do que ele pelo Coringão. É um presidente de Bairro atuante, um modelo a ser seguido.

 

Como surgiu este amor pelo esporte?

O amor pelo esporte nasceu comigo, porque minha família sempre trabalhou com esporte, o Pacau, o Tabaco, eles sempre foram envolvidos com esporte… Meu pai Sinésio, na verdade, era meu padrasto, mas segui seus passos. O finado Zézão era meu pai biológico.

 

Você ocupou cargo na Secretaria de Esportes, não é?

Já fui assessor técnico da Secretaria de Esportes e gostei demais, pois o esporte é a minha paixão! Nesse cargo fiquei um ano e seis meses. Nesse período, consegui fazer um pouco do que eu queria, mas, devido à burocracia de um ex-secretário de esportes, pois tudo que planejávamos fazer ele vetava, ficou muita coisa para ser feita, como ainda tem!

 

Por exemplo?

Nós temos uma área que é constitucional, então, gostaria de fazer uma escolinha, um campo para aquelas crianças saírem da rua e praticar o esporte, meu bairro se chama Tonico Garcia, esse é um dos meus sonhos.

 

Então essa é sua paixão?

A minha paixão mesmo, que tenho vontade há tempos, era montar o futebol profissional e a Guairense voltar, porque nesse ponto consegui junto com o Ministro do Esporte, na época, junto com a copa de 2014, uma reforma para o estádio municipal, que passaria para 25 mil lugares. Mas fui impedido de fazer aqui em Guaíra, por pessoas ligadas à administração da época. Fiz o encaminhamento, fui a “ponte” entre o pessoal da organização da copa do mundo, mas devido aos atrasos, à falta de documentação, Guaíra perdeu isso aí.

 

Você já jogou futebol?

Joguei futebol na época da Guairense e joguei também na escola, quando tinha uma escola contra a outra, Francisco contra o Enoch. Tentei jogar no gol, mas depois passei para lateral, meu tio Tabaco, que era coordenador disse: “não, para goleiro você não vai jogar não, joga na lateral”. Depois nós, o Geraldo Barros e eu, formamos o Vasco da Gama, aqui em Guaíra e o Guarani, que até o Tigoga jogava.

 

E essa paixão pelo Corinthians?

Quando nasci, minha mãe já colocou a bandeira do Timão em mim, engraçado que meu pai era São Paulino e eu escutei Corinthians desde criança e essa paixão é a mesma e tenho até hoje. Em 1988, estava morando em Campinas e assisti a final entre Corinthians e Guarani, vi o gol do Viola, estava lá no Brinco de Ouro. Quando tem jogo do Corinthians em Ribeirão Preto, a gente sempre vai.

 

Você fez amizades gostando tanto de esportes?

Tenho muita amizade com o jogador Basílio, o Ataliba, eles são da época de 1977. Eles jogavam com amor pelo Corinthians, davam a raça, o Vladimir, que quando me envolvi politicamente também, o conheci em São Paulo. E graças a Deus lá em casa todos são corintianos, mas toda família tem que ter a ovelha negra, tem um genro lá que é Palmeirense (risos).

 

Você é presidente de um dos bairros mais importantes, como foi isso?

Quem fundou a Associação dos Moradores no Tonico Garcia fui eu, na época o prefeito era o Claudio Armani. Fundei e registrei a AMTOGA em cartório, fiquei quatro anos, depois eu sai e voltei, mas o pessoal credenciado me cedeu a documentação correta do que ia ser feito, tudo anotado em ata. Quando voltei, dei continuidade. Está tudo regulamentado, faltam algumas documentações, mas estou na presidência mais ou menos há 20 anos.

 

Cite alguns frutos do seu trabalho.

Fazíamos quermesses, bingos, levei Artes, porque há crianças que desenham, aulas de capoeira, de dança, mas tudo isso acabou por falta de apoio. Mas tenho vontade de voltar com isso. Depois dessa época nunca mais ninguém foi ver o que nós precisávamos.

 

Hoje, você se sente realizado?

Sou muito feliz. Houve uma época em que as pessoas falavam: “Você está aparecendo demais,  você não pode aparecer”,  porque  tive uma reunião com o ministro Aldo Rebelo, do esporte, falei da situação em que estava o Ginásio de Esportes, então, o Aldo liberou com um pedido meu e mais um  deputado,  quase um milhão de reais para a reforma do ginásio. Isso foi muito importante, teve o reconhecimento com o nome Aldo Rebelo, o Paulo Roca, José Carlos Augusto, colocaram a placa com o nome do Aldo, isso chegou a acontecer, inclusive, tem a placa lá com o nome do Ministro, da doação do dinheiro que veio para Guaíra, nós tiramos fotos. O José Carlos me convidou para a inauguração e eu fui.

 

E depois disso?

Depois disso, também era importante ver a situação que estava a quadra da Cohab 1. Estava em São Paulo e falei com o Aldo e, naquele momento, o deputado Arlindo Chinaglia tinha solicitado uma verba para Guaíra, ele disse já que o Arlindo pediu e que iria liberar R$160 mil para a nossa cidade, e foi o dinheiro que usamos para a aquela reforma da quadra. Foi o último êxito que conquistei: a reforma da quadra Ramize Elias. Tive um apoio importantíssimo da vereadora de Barretos, Paula Lemos, que me ajudou a conseguir uma reunião com o ministro, em Batatais. Na época, fui acompanhado do Alessandro Camilo e da ex-vereadora Susete Barini e foi liberado para Guaíra R$ 250 mil, valor que também usamos para a reforma da quadra do Ramize Elias.

 

De onde você trouxe essas experiências?

Aprendi isso em Campinas, com Sérgio Biasi, que me filiou em 84 no PCdoB, foi assim que passei a conhecer a Associação de Moradores, o que é, a sua importância e ali adquiri esse amor pelo bairro, aprendi que você pode ajudar. E, quando vim para Guaíra, pensei “eu vou fazer isso aqui e vou fazer umas melhorias”. O importante é que eu gosto de ajudar as pessoas.

 

O que mais te marcou como presidente de Bairro?

Um dia, por volta das 23h, uma mulher me ligou – era época de campanha, mas eu não era candidato – era uma mãe desesperada e me informou  que o filho dela estava passando mal e não tinha como comprar o remédio. Eu disse para ela: “Olha, dinheiro eu não tenho, mas posso ir na farmácia e comprar para você”. Fui e comprei o remédio, levei para aquela mãe e ela me agradece até hoje. Naquele momento, o desespero daquela mãe, precisando de ajuda, vendo a dificuldade com o filho passando mal sem recurso, não deu para ficar parado! Graças a Deus hoje ele está um rapaz, onde me vê ele me agradece, mas eu digo: “Você não tem que me agradecer, tem que agradecer a Deus, porque foi Deus que colocou você no meu caminho, para eu poder te ajudar”.

 

Quer fazer algum agradecimento?

Agradecer, acredito que em primeiro lugar, a Deus, à minha família, aos amigos e àquelas pessoas verdadeiras que estão do nosso lado, sempre me apoiando. Você toma uma pedrada aqui, mas outras pessoas te estendem a mão ali. Mas, se você achar que está certo, vamos fazer, porque nem Jesus agradou a todos, não serei eu que irei agradar. Quero agradecer a todas as pessoas que sempre estão do meu lado.


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