Conhecido por seu jeito alegre, suas missas transformadoras e seu jeito calmo e esclarecedor, o padre Diego Ricardo Mendes tem feito um belo trabalho de evangelização na comunidade católica guairense, atraindo cada vez mais fiéis para os encontros da Igreja Nossa Senhora Aparecida. Ele chegou a Guaíra no início de 2020. Jovem, de apenas 30 anos, o pároco é natural de Cajobi, possui apenas três anos de ministério sacerdotal, mas já transmite um conhecimento que tem feito a diferença na vida de muitas pessoas.
Prova disso são os relatos de algumas pessoas da comunidade, como Silvia Cubas e sua família: “Com seu jeito tranquilo e educado, o padre Diego chegou em Guaíra e foi conquistando o seu rebanho. Não foi fácil, chegou e logo enfrentou a pandemia, mas com muito cuidado, paciência e amor, soube se reinventar para não deixar as suas ovelhas perecerem diante das provações. Nessa perspectiva de fé oferecemos nosso apoio e ajuda! Oferecemos a ele o nosso carinho, amizade e disponibilidade no dia-a-dia da vida comunitária. Queremos somar e multiplicar, como convém ao povo de Deus. Desejamos que ele sempre viva com entusiasmo os ensinamentos de Cristo propagando o amor fraterno e promovendo a partilha na comunidade. Padre Diego, mensageiro da Boa Nova, alimentando a nossa fé na presença viva de Jesus na Eucaristia; abrindo caminhos de esperança. Portanto, Padre Diego, os desafios são muitos; mas tenha a certeza de que o Senhor nunca estará só. Como comunidade paroquial, carregaremos todos juntos a cruz que nos leva à alegria da ressurreição. Esta obra é de Deus! Somos apenas seus servos! E Ele só nos pede que multipliquemos os talentos que nos foram confiados. E que o Senhor possa exercer a sua missão no meio de nós com muito amor, oração, fidelidade, prontidão e que através das suas mãos ungidas possa derramar as suas bênçãos em nosso meio. A Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Guaíra é abençoada pela sua presença e pelo seu trabalho, sua sabedoria pastoral e os seus conselhos, que conduzem os nossos passos em direção a Deus, pois o Senhor anuncia o que conhece, o que crê e o que vive. Obrigada pelo seu sim”.
Neste dia do padre, para homenagear os três párocos que contemplam a comunidade católica guairense – Édisson, Luis e Diego – realizamos uma entrevista com o Pe. Diego, que tem realizado diversas ações solidárias juntamente com os fiéis e, inclusive, está trazendo a Pastoral da Criança para a igreja N.S. Aparecida. Confira:
Quando chegou a Guaíra? Foi bem recebido pela comunidade?
Cheguei em 31 de janeiro de 2020, um pouco antes da pandemia e fui bem recebido pela comunidade. Naquele tempo, pude conhecer as lideranças, mas infelizmente, logo em seguida, começou a pandemia, o que dificultou um pouco o processo de conhecimento da comunidade. Então, demorou um pouquinho mais para que eu pudesse me inteirar das coisas da cidade e me aproximar de maneira presencial e mais íntima das famílias. Porém, com a graça de Deus, fui bem recebido, acolhido por todos e senti a aproximação daqueles que queriam de fato ajudar a desenvolver o meu ministério na paróquia Nossa Senhora Aparecida.
Qual sua opinião em relação aos fiéis guairenses?
Principalmente ao fiéis de minha paróquia, são pessoas de muita fé, de coração de extrema generosidade e abertas sempre a propostas de novas realidades de evangelização. Com a graça de Deus, tudo o que temos proposto ao longo do tempo em que estou aqui, percebemos que há uma abertura de coração e principalmente uma acolhida no projeto de evangelização por parte dos fiéis.
As pessoas têm dito que você é um padre dinâmico e muito presente na comunidade. Acredita que isso tem aproximado mais fiéis à igreja?
A gente tenta colocar uma dinâmica de evangelização na vida da comunidade e, claro, faz parte do trabalho do pastor ser próximo e conhecer o seu povo. Então, a gente – como igreja – tem que estar presente na vida de todos e eu, como padre, procuro estar próximo do que acontece na vida das pessoas. Com certeza, estar mais presente acaba aproximando os fiéis da igreja, porque sentem ela mais perto de si e sentem que também são igreja. A proximidade do padre com seus fiéis é de suma importância para que entendam que todo fiel é importante na casa de Deus. Por isso que a gente atua de maneira dinâmica e um pouco diferente também na questão de linguagem; procuro falar na linguagem da minha geração e acredito que isso acaba chegando de maneira mais fácil aos jovens da minha geração, porque me considero jovem e acabo tendo essa, podemos dizer, afinidade em falar com os jovens. É um trabalho que chama atenção e que gosto muito de fazer – essa evangelização – de levar a palavra de Deus para os jovens, que possa tocar de fato o coração da juventude.
Quais são as ações que a paróquia Nossa Senhora Aparecida tem feito com você à frente?
Hoje, nossa paróquia tem desenvolvido várias ações. Em meio à pandemia, temos enfrentado vários desafios, mas, graças a Deus e também à generosidade do povo da paróquia, temos desenvolvido muitos trabalhos, como os pastorais, por exemplo: a catequese tem acontecido, os grupos de evangelização, os momentos de oração, as celebrações, então, tem acontecido todos os momentos.
Temos feito também a manutenção da paróquia, com várias reformas no prédio, que envolve o salão paroquial, a igreja, a casa paroquial… Temos trabalhado para preservar o patrimônio.
E também, em relação à realidade social, graças a Deus, temos feito algumas ações. Surgiu, através da situação da pandemia, um trabalho social que temos realizado desde abril do ano passado, entregando marmitas do jantar solidário e também a cesta básica durante o mês para as famílias cadastradas. Claro que é um trabalho de formiguinha, que é feito com um pouquinho de cada um, mas com muito carinho, através dos fiéis que se reúnem na igreja para fazer a refeição para as famílias cadastradas. E, uma vez por mês, o grupo também leva alimentos, que conseguimos através de doações de nossos benfeitores, da nossa comunidade e daqueles que acreditam na seriedade do nosso trabalho.
Tentamos auxiliar na questão de atendimentos às famílias, encaminhamento de pessoas dependentes, acolhimento, enfim, aquilo que é possível fazermos.
Agora, estamos começando o trabalho da pastoral da criança na paróquia, voltado justamente para o cuidado dos pequenos que se encontram em situações de vulnerabilidade social, carentes, que necessitam de um acompanhamento nutricional, educacional, pedagógico, etc. A pastoral visa acompanhar as mães desde a gestação, e enquanto as crianças estiveram sob os cuidados delas, por volta dos 18 anos, orientando sobre saúde, higiene, entre outros. É um trabalho que está surgindo na nossa comunidade.
Também fazemos algumas ações pontuais. Por exemplo, fizemos sopa nesses dias de frio intenso, distribuindo para famílias carentes e pessoas em situação de rua.
Tudo isso acontece com a Graça de Deus, graças àquilo que Deus nos dá e também pela generosidade do povo guairense e por aqueles que se dispõem a trabalhar na comunidade paroquial. Essas são ações que a igreja tem realizado neste tempo.
O que mais te surpreendeu em Guaíra até hoje?
Claro que a gente chega, vai conhecendo as pessoas, o lugar, a cidade, enfim… Hoje, o que mais me surpreende em Guaíra é a generosidade do povo, a fé, principalmente aqui na minha comunidade, a fidelidade que cada um tem nos seus trabalhos. Aquele que assume de fato e trabalha sempre pensando no próximo. Então, é muito importante esse espírito de abertura e principalmente de acolhida na mensagem e a transformação da mensagem em algo concreto. Ou seja, recebemos a mensagem da palavra de deus e tentamos transformá-la em algo concreto.
O que acredita que ainda pode mudar na cidade?
Vejo que nossa cidade, de uma maneira geral, pode mudar. Precisamos, como povo, sempre evoluir e principalmente evoluir no sentido de conscientização. Precisamos nos conscientizar sobre a responsabilidade de cada um, do cuidar do próximo e, principalmente, com os mais necessitados. Precisamos sempre aperfeiçoar isso na nossa vida.
Deixe uma mensagem para a cidade.
Gostaria de deixar uma mensagem a todos os leitores do jornal O Guaíra: nesses tempos de pandemia, ainda mais agora com dificuldades climáticas, a seca, o frio, enfim, que tenhamos sempre o coração generoso e sensível às dificuldades daqueles que sofrem. Que sejamos verdadeiramente de fato uma sociedade, um povo, uma igreja capaz de atender, de olhar para o outro e também capaz de transformar o lugar onde vivemos. Que possamos transformar a mensagem que recebemos de Jesus em vida concreta, em atitudes concretas, que nos levam a sermos melhores para os outros, a pessoas melhores, mais comprometidas e, assim, vamos nos tornando melhores para aqueles que convivem conosco.
Procuremos sempre ter o coração sensível àquilo que Deus nos pede e também aberto e generoso, para que possamos realizar a Obra de Deus da evangelização, construindo o Reino de Deus aqui, agora. Que a gente possa espalhar a semente do Reino de Deus por onde passamos e, assim, levar paz, prosperidade, tranquilidade e principalmente fraternidade por onde passarmos. Obrigado pela oportunidade de poder estar aqui.