Golpe de carta do “Cartório de Precatório” chega ao município

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Guaíra, 23 de maio de 2017 - 08h00

A correspondências possui um número falso de processo, a data da sentença, o órgão julgador e é assinado por um “diretor de serviço” chamado José Roberto Analgua Leite

O golpe da carta do “1º Cartório de Precatório de São Paulo” chegou a Guaíra e está tentando fazer vítimas, de preferência pessoas que tenham processos pendentes com o estado.

Uma professora aposentada recebeu, nas últimas semanas, um papel timbrado com o símbolo do governo estadual, com uma notificação de que o processo havia sido julgado em seu favor e de que ela precisaria ligar em um telefone – informado ao final – para comparecer em uma audiência e resgatar um valor de R$ 38.512,67 referente à ação pública coletiva indenizatória de seus anos trabalhados.

O “documento” possui um número falso de processo, a data da sentença, o órgão julgador (8ª Câmara) e é assinado por um “diretor de serviço” chamado José Roberto Analgua Leite.

A professora acreditou na carta e ligou para o número informado. O atendimento foi muito cordial e o “oficial do cartório” informou todos os dados da vítima, inclusive CPF e número de sua conta do banco. Ao final, ele disse que, para receber os R$ 38 mil, ela precisaria fazer uma ordem de pagamento no valor de R$4.301,46 por “encargos do processo”.

Desconfiando ser golpe, a aposentada entrou em contato com uma advogada que buscou o número da carta e descobriu que tudo era falso. “Acreditei em tudo porque tenho mesmo um processo em aberto com o Estado, mas quando fui informada de que precisaria fazer tal depósito, me veio à mente de que poderia estar sendo enganada. Logo depois pude reparar, com mais atenção, que há erros gramaticais na carta”, afirma a vítima.

O nome do “diretor de serviço” foi pesquisado na internet e descobriu-se diversas denúncias de possível golpe. “Descobrimos que este caso ocorre desde 2014. Criminosos mandam uma carta de um suposto cartório avisando que a pessoa tem dinheiro para receber do governo. Só que para receber o montante é preciso pagar um advogado primeiro”, alerta.

Advogados confirmam que o golpe dos precatórios existe e não é de hoje e afirmam que, para evitar cair nele, deve-se desconfiar sempre do que parece muito fácil. “Quando receber uma carta de um ‘órgão público’, busque na internet o site do próprio órgão e colete os dados oficiais (telefone e endereço). Ligue para conferir e se informe. Não confie nos telefones que aparecem nas correspondências.”


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