A Artesp realizou audiência pública em Barretos, na manhã desta segunda-feira, 25, com a presença de autoridades políticas de toda a região, para discutir o projeto de concessões de rodovias no Estado de São Paulo, prevendo a instalação de pelo menos 10 novas praças de pedágio em estradas do noroeste e oeste paulista, sendo destas três na região de Barretos.
De Guaíra, estiveram presentes: o prefeito eleito Junão e seu vice José Carlos Soares; o prefeito interino Edvaldo; e os vereadores Anderson Lima, Chiquinho Souza e Stefanio Staffuzza. Também participaram os deputados Geninho Zuliani (federal) e Sebastião Santos (estadual); os prefeitos Paula Lemos (Barretos, Fernando Cunha (Olímpia), Dieb Taha (Colina), Luiz Fiorani (Vista Alegre do Alto) e ainda vereadores barretenses.
Ao divulgar quais trechos serão duplicados, prefeitos e vereadores se indignaram com a situação, já que Guaíra não será contemplada e ainda a previsão é de que haja um pedágio na divisa com Barretos. No projeto, apenas 11km do município barretense até a ponte do Rio Pardo terá duplicação (confira no mapa, as partes amarelas serão as duplicações de rodovia). Parte da rodovia entre Barretos e Olímpia também não será contemplada.
A previsão é que o processo de concessão da rodovia ocorra até dezembro de 2022 e faça um investimento de R$11,9 bilhões ao longo do contrato, sendo R$ 3 bilhões na região de Barretos.
Como a audiência serviu para que os técnicos da ARTESP pudessem coletar informações, sugestões e reivindicações dos representantes das cidades que são abrangidas pela rodovia, do lado de Guaíra, os vereadores e o novo prefeito eleito manifestaram que vão trabalhar junto ao Governo do Estado para que a duplicação da rodovia ocorra no território do município e que o pedágio não seja instalado, uma vez que representaria mais um custo para quem transita entre as duas cidades.
Junão se manifestou totalmente contra o projeto e registrou o seu repúdio ao governo estadual. “Estou indignado de Guaíra não ter sido beneficiada com a pista dupla. Gostaria que a Artesp levasse ao governo do estado esse nosso pedido, para que fosse duplicada até, no mínimo, Guaíra, porque há ali um trânsito enorme de caminhões, veículos, inclusive, é interligação do Estado de SP com Minas Gerais, Goiás, Paraná, enfim, uma interligação até o centro-oeste. Eu peço para que leve este pedido ao nosso governador, para se estender possivelmente até Ituverava, na rodovia Anhanguera. Guaíra será muito prejudicada com esses pedágios. Teríamos três praças desta até Rio Preto. Quero deixar minha indignação por Guaíra não estar sendo beneficiada por essa pista dupla”, disse o prefeito eleito durante a audiência.
O prefeito interino Edvaldo Morais, que confirmou durante sua campanha eleitoral de que havia conseguido a duplicação da Assis Chateaubriand para Guaíra, também se pronunciou na audiência. “Primeiro, agradeço ao governo do estado por tudo o que tem feito na nossa região. A audiência pública é o começo de tudo, não significa que vá ser assim, gostaria muito que essa duplicação continuasse de Guapiaçu a Guaíra. Colocar pedágio de Guaíra a Barretos é uma extensão muito curta. Temos que lutar junto aos nossos deputados, ao Codevar, para que essa duplicação aconteça e que no futuro a gente discuta melhor sobre o pedágio.”
Após a reunião, o vereador Anderson Lima também demonstrou seu posicionamento. “Estamos iniciando um período de pós-pandemia, onde ocorreu diversos danos à economia dos brasileiros. Nossa população também foi afetada e utiliza muito esta rodovia entre Guaíra e Barretos. Vamos trabalhar para que ocorra a duplicação que é necessária para oferecer maior segurança aos condutores, mas lutar para que não ocorra a instalação de pedágio, que na minha opinião traria grandes danos não só para Guaíra, mas para várias cidades que esta rodovia liga”, ressaltou Anderson.
Chiquinho Sousa também se manifestou. “Existiu o anúncio de que a rodovia SP-425 seria duplicada, mas o que percebemos é que isto não irá ocorrer. Há a proposta de instalar um pedágio logo após a ponte, o que representaria mais um custo aos cidadãos de nossa cidade. Vamos trabalhar, reivindicar e cobrar do Estado para que a rodovia seja duplicada, mas que não exista pedágio”, frisou o vereador.
Stefanio Stafuzza destacou que os moradores de Guaíra serão prejudicados com a instalação do pedágio. “Precisamos trabalhar muito para que a rodovia seja duplicada, principalmente no sentido Guaíra a Barretos, mas não devemos aceitar a instalação de pedágio, ainda mais em um período de pós-pandemia, onde muitas pessoas tiveram suas rendas diminuídas. Vamos trabalhar junto aos nossos deputados e ao Governo do Estado, sempre promovendo um diálogo para que a nossa região e principalmente Guaíra não seja prejudicada com a instalação deste pedágio”, finalizou.
AUTORIDADES DA REGIÃO
Autoridades políticas da região também se manifestaram durante a audiência. O deputado Geninho disse que sabe que a prioridade do governo estadual é fazer o máximo de concessões possível e que as rodovias precisam ser melhoradas, principalmente no trecho entre Olímpia e Barretos.
Deputado Sebastião Santos destacou que os problemas da região foram esquecidos pela gestão Dória e que é preciso fazer algo pelos altos acidentes entre Barretos para Colômbia e que é preciso segurança na rodovia, com duplicação, sem pedágios. “Essas praças de pedágio precisam vir com o tempo e se precisar, mas a população não pode ter esse prejuízo agora.”
A prefeita de Barretos apontou a necessidade da duplicação até Guaíra e também até Olímpia e que o governo estadual não deve fazer praça de pedágio em trechos com menos de 50km entre municípios. “Estamos muito bem localizados, duplicar essas rodovias também vai gerar empregos, com a vinda de mais empresas, porque elas terão facilidade de escoar mercadorias. Entendemos que não é cabível pensar em primeiro colocar pedágio para depois duplicar. Não deveria ser feito em menos de 50km. Pedimos a colaboração do governo, que tem olhado para a nossa região. Ainda que se entenda que é necessário, que seja feito a longo prazo, para depois do uso dessas rodovias, em 5 anos após duplicar e que seja módico também. Pessoas que trabalham e que usam diariamente essas rodovias, deve-se pensar em desconto de 85 % para essas pessoas. Governo pode intervir nessas partes com menos de 50km. Estamos com quase todo estado com vias duplicadas e a nossa região aqui não”, apontou.