Grandes personalidades: Sr. Jorge e Mozar ficam “eternizados” com homenagem em UTI e Centro de Diagnóstico

Homenagem
Guaíra, 25 de junho de 2021 - 09h53

Com a inauguração, no dia 19 de junho, da Unidade de Terapia  Intensiva “Jorge Barbosa do Prado” e do Centro de Diagnóstico por Imagem “Mozar Ignácio de Azevedo”, os nomes desses dois grandes homens, que tanto contribuíram para o desenvolvimento do município guairense, ficarão eternizados neste marco histórico da saúde pública. 

Sr Jorge, farmacêutico que durante décadas, por meio dos serviços prestados por sua rede de farmácias, foi o precursor dos “atendimentos de emergência” na cidade e Mozar, um dos provedores da história da Santa Casa que mais se dedicou ao aperfeiçoamento do hospital, foram relembrados com muito carinho durante a inauguração, tanto por seus familiares, quanto autoridades locais.

As famílias escreveram, também, textos em homenagem a eles. Confira:

A grandeza de um homem se mede pelos atos, pelos feitos e pelos projetos que ele elaborou para si (texto enviado pela família de Jorge Barbosa do Prado)

Já dizia o poeta que a grandeza de um Homem se mede pelos atos, pelos feitos e pelos projetos que ele elaborou para si. Assim foi a vida de Jorge Barbosa do Prado, ou melhor, Jorge da Farmácia, pautada pelos atos, pelos feitos e pelos projetos que deixou como legado de vida. Nascido da união do “Seu” Jerônimo Barbosa do Prado com “Dona” Leontina, veio à luz na Fazenda Pereira, localizada entre os municípios de Guaíra e Ipuã.

Mudou-se para Guaíra logo após o nascimento e, aos 7 anos, já começou trabalhar na Farmácia Ferreira – a primeira de Guaíra . Ali, com o simples ato de higienizar os vidros de manipulação, já estava traçando o seu destino de se capacitar e entender tudo de medicamentos. Posteriormente, foi trabalhar com o senhor Eloi  Morsoleto, ampliando seus conhecimentos, cada vez mais, na arte de atenuar os males do corpo. Paralelamente ao seu serviço na farmácia, enveredou pelos caminhos do esporte, onde começou a praticar judô aos 12 anos e se tornou “Faixa Preta”,  obtendo grandes méritos. Praticou esse esporte por 30 anos. Aos 14, já era considerado “Farmacêutico” nato em uma época em que não existiam por aqui, nem Santa Casa, nem pronto atendimento. Com poucos médicos, as emergências eram atendidas nas Farmácias! Aos 17 anos, se emancipou e formou uma parceria com seu antigo patrão.

Aos 22 anos, ele conseguiu a sua própria empresa: a “Organizações Farmacêutica Barbosa”, com alicerce seguro para  prestar serviços de qualidade para a população guairense. Com 24 anos, Jorge foi indicado para compor o quadro de sócios do primeiro Lions Clube de Guaíra. Neste clube, se identificou com a Filosofia do Lions que tem as características do seu perfil: Servir desinteressadamente! Galgou todos os cargos dentro do Clube, chegando à presidência, mas gostava de ser chamado de “Companheiro Leão”. Fez inúmeras campanhas beneméritas: Campanha dos Óculos, do  Kit da Higiene, da Alimentação, do Agasalho, da Casa da Sopa, do CEREA, arborizou a Avenida do Lions e outras tantas, voltando-se sempre para os mais carentes. Apaixonado pela colônia japonesa, aprendeu falar e escrever a língua para aviar as receitas dos clientes japoneses em sua língua pátria evitando confusões, e mais, casou-se com uma de suas representantes: dona Inácia Watanabe, a quem devotou, até seu último pensamento, grande  gratidão, qualificando-a como “alicerce das minhas amizades, do meu lar e do meu comércio. Ela foi um presente de Deus”. Foi-se para junto do Pai com a serenidade do dever cumprido, deixando para seus filhos, genro, nora e netos o legado das enormes paixões pelos bons exemplos, pelo Lions, pelos mais carentes e pelo dever de salvar vidas.

 Mozar: “é um orgulho para toda a família ver o nome dele sendo eternizado nesta homenagem” (texto enviado pela família de Mozar Ignácio de Azevedo)

Nascido no dia 16/02/1936, em Igarapava-SP, era o quarto filho de uma família humilde, vivendo na zona rural. Cursou apenas até o 4º ano primário. Mudou-se para Miguelópolis em 1954, vindo a trabalhar no armazém de sua família. Casou-se em 1958, com Josefa Alves de Rezende Azevedo, com quem teve seus três filhos: Paulo de Tarso  Azevedo, Lúcia Helena de Azevedo e Carlos de Tarso Azevedo. Durante muitos anos, trabalhou como motorista de caminhão, transportando alimentos para diversos estados. Veio para Guaíra em 1962. Em 1964, montou uma representação para negociar cereais, adubos e sementes. No entanto, vislumbrando um futuro mais promissor com o crescimento exponencial da agricultura na nossa região, em 1975, transformou seu pequeno escritório numa empresa, surgindo assim a Mina Mercantil. Por alguns anos, permaneceu trabalhando dentro do perímetro urbano, na avenida  11, porém, como a empresa crescia,viu-se a necessidade de um local mais amplo e próprio para o desenvolvimento das atividades, o que o  levou, em 1979, a mudar-se para onde hoje se localiza a sede e parque industrial da Mina Mercantil. As três décadas seguintes presenciaram uma revolução em nossa agricultura. Guaíra foi palco de conquistas expressivas nesse setor. E a Mina Mercantil  teve uma trajetória semelhante ao da agricultura local. Em 1988, surgiu uma inédita e  importante parceria com a Cargill. Nos anos seguintes, adquiriu a  unidade de Guaraci (1990) e construiu a de Riolândia (1994). Em 2001, foi iniciado o projeto embrião da Indústria, projeto este que teve a participação do visionário Mozar, mas, infelizmente, faleceu naquele mesmo ano e não pôde ver em 2002 a inauguração da  fábrica de derivados de milho. Foi um empresário audacioso,  de visão e muito dedicado. Construiu uma história de sucesso empresarial e simultaneamente prestou serviços relevantes à comunidade guairense.

Foi presidente da então Conferência São Vicente De Paula, onde lutou para transformar aquele espaço que acolhia idosos numa entidade sem vínculo com organizações que pudessem um dia comprometer seu patrimônio. Foram muitas viagens neste sentido, mas  “Seu Mozar” conseguiu e mudou a razão social da conferência para CENTRO DE AÇÃO SOCIAL NOSSA SENHORA APARECIDA e em seguida deu início à ampliação da área construída visando oferecer conforto e mais acomodações para nossos idosos. Participou,  juntamente com o senhor Farid Cury, Zininho e outros,  da instalação da ACIG – Associação Comercial e Industrial de Guaíra. Foi provedor da Santa Casa por um longo período, sendo que de início lutou pela alteração do estatuto da entidade, quebrando a resistência dos médicos da época, conseguindo, assim, abrir o hospital para novos médicos, aumentando e diversificando o corpo clínico e desta forma  ampliando o atendimento aos usuários. Colocou sua “expertise”  empresarial  e sua visão para dar um novo impulso ao hospital. Pessoalmente, conseguiu cultivar  inúmeros bons amigos. Sendo que nos últimos anos de sua vida  teve a companhia de vários médicos que, além de municiá- lo com informações  que permitiam uma melhor administração do hospital, foram também seus amigos de viagens e de almoços de fins de semana. Por toda a luta nestes anos e pelas amizades conquistadas, é um orgulho para toda a família ver o nome dele sendo eternizado nesta homenagem. Nossos agradecimentos ao prefeito Edvaldo  Doniseti Morais, ao Secretário da Saúde Jorge Uatanabi  do Prado e ao interventor da Santa Casa,  Márcio José Bento.

 


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