O governo municipal está buscando alternativas para o destino do lixo da cidade, pois precisará encerrar as atividades do local utilizado atualmente. Restos de couro ainda não foram retirados da área
A situação do aterro municipal de Guaíra se tornou foco dos noticiários de televisão por sua classificação irregular dada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). De acordo com o órgão, o município não atingiu a nota mínima de sete pontos no Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos (IQR), realizado em setembro deste ano, que avalia itens como a operação, a localização, a estrutura física, o licenciamento e as condições ambientais nas áreas reservadas ao despejo de resíduos sólidos.
Entretanto, o governo municipal alega que foi autuado, mas já tomou todas as medidas necessárias e a nota atual se encontra acima da média exigida. “A prefeitura não foi multada. Ela foi autuada pelo depósito irregular do couro. Houve também um problema em relação à renovação da licença que não foi feita pela administração anterior, mas que já está regularizada”, afirma o Executivo em resposta ao Jornal O Guaíra.
MUDANÇA DE ATERRO
O aterro sanitário de Guaíra foi entregue para atual administração em péssimas condições, muito lixo fora da vala controlada, detritos depositados em desacordo com as normas da Cetesb e precária operação-vala. A terra retirada da escavação da cova em uso sumiu, o que provocou problemas para o necessário aterramento dos resíduos.
A nova gestão iniciou a reabilitação do local, colocando os detritos corretamente e retirando o lixo despejado a céu aberto. Entretanto, o aterro terá de ser fechado e o governo municipal estuda possibilidades de mudança. “Encerrou a vida útil do aterro conforme a previsão do projeto e a licença de operação, por isso o mesmo está em fase de encerramento e a prefeitura busca outras alternativas para o destino do lixo do município. O Departamento está acompanhando todo o processo de regularização e encerramento do Aterro Sanitário e já protocolou o Parecer Técnico de Encerramento via online junto à CETESB”, informa o Executivo.
Porém, se Guaíra tiver que contratar um aterro particular, os gastos serão maiores. Em declarações de maio deste ano, a própria gestão afirmou que se tivesse que gastar para depositar o lixo e também transportá-lo, teria que enviá-lo até Guará, onde há estabelecimento próprio para isso, e gastaria cerca de um milhão de reais somente para descartar os detritos domésticos durante cinco meses.
SITUAÇÃO DOS RESTOS DE COURO
Um dos motivos para a nota baixa e autuação da Cetesb foram os restos de resíduos de couro depositados ilegalmente em Guaíra no ano de 2016. O lixo tóxico continua na cidade e não há previsão para sua retirada.
Ao questionar a atual administração, o Executivo declara que está trabalhando para que estes resíduos sejam retirados do município, mas ainda não houve processo licitatório para a contratação da empresa que transportará os restos de couro até Uberaba-MG. “A prefeitura já realizou uma análise de classe risco do couro e com base nessa análise foi encontrado um aterro em Uberaba, que tem a capacidade para receber detrito. A empresa que administra o local já enviou uma carta de anuência à Prefeitura de Guaíra aceitando o rejeito. Com base deste documento a Cetesb autorizou o processo licitatório para a contratação da transportadora especializada e, devido a ordem estimada de gastos, a gestão iniciou um processo licitatório. A CETESB acompanha todo o processo”, encerra.