Se você abrir um dicionário e procurar o significado da palavra “tolerância” uma das definições que encontrará é: “boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.” A intolerância então, seria o oposto disso, isto é, quando a tolerância não acontece.
A intolerância sempre existiu e a dificuldade em aceitar o diferente não é um fenômeno apenas da nossa época, se formos mais longe na história, encontraremos exemplos de impérios que se construíram à base de muita violência e de extermínio de populações.
O crescimento das redes sociais nos últimos anos contribuiu para que comportamentos intolerantes se tornem mais evidentes. As denúncias contra páginas que divulgam conteúdos racistas, xenófobos, misóginos, homofóbicos, neonazistas e de intolerância religiosa, crescem assustadoramente.Em questão de minutos, vídeos, textos e imagens, podem ser vistos por milhares de pessoas. Além disso, a rede social permite um certo distanciamento – o que leva a pessoa a dizer coisas que talvez se sentisse constrangida em falar pessoalmente.
As redes sociais também contribuem para a polarização política devido à criação de bolhas virtuais. Bolhas virtuais sim, pois é de conhecimento geral que as redes sociais não nos mostram todo o conteúdo disponível ou publicado pelos nossos amigos. Os próprios mecanismos (algoritmos) das redes sociais identificam aquilo que gostamos e evitam nos mostrar conteúdos que não nos interessam. Assim, acabamos nos isolando de opiniões diferentes e fortalecendo os extremismos políticos, que por sua vez fortalecem comportamentos intolerantes.
A dificuldade em aceitar diferenças faz com que se veja uma ameaça naquele que não é um semelhante, o que como consequência gera um isolamento de grupos. A coletividade e a solidariedade dão lugar ao individualismo. Isso significa que o indivíduo está mais preocupado com as satisfações pessoais do que em pensar no coletivo. O imediatismo, por sua vez, retrata uma sociedade de pessoas que não se interessam em ouvir opiniões divergentes das suas. Ou seja, se há uma crença definida e pouca disposição para entender diferentes pontos de vista, há maiores chances de que comportamentos intolerantes sejam praticados.
Se buscamos viver em uma sociedade saudável e justa, é preciso tomar cuidado com comportamentos intolerantes. Não se pode imaginar que todos terão as mesmas opiniões, crenças, origem ou classe social, a sociedade é diversa e viver em democracia é saber respeitar o diferente, é ter empatia. A história nos mostra que os resultados de movimentos políticos extremos foram prejudiciais à população.
Especialmente quando se trata das redes sociais, é preciso atenção. Se por um lado, são ferramentas para nos conectar com amigos, elas podem também fragilizar os laços de uma sociedade.