O diretor de Assistência de Desenvolvimento, José Reinaldo do Santos Júnior, após dois anos e meio à frente da pasta, está saindo do cargo no governo municipal para voltar ao Legislativo. Sua saída faz parte da desincompatibilização que representa o afastamento obrigatório de função pública até um determinado prazo antes da eleição. Em entrevista ao Jornal O Guaíra, Zé Reinaldo faz um balanço do seu trabalho junto à assistência municipal e dos projetos desenvolvidos em sua gestão. Confira:
José Reinaldo, você esteve à frente da Diretoria de Assistência Social por dois anos e meio. Hoje, qual a sua visão dessa área no município?
Uma visão voltada para a inclusão das pessoas, sem assistencialismo, onde você atende as pessoas que realmente estão naquele momento em vulnerabilidade, buscando dar condições para que elas tenham autonomia e condição de superação desta vulnerabilidade. Sobre o aspecto das pessoas que trabalham nesta política, vejo sempre todos tentando fazer o melhor.
A Proteção Social é a garantia de inclusão a todos os cidadãos que se encontram em alguma situação de vulnerabilidade e/ou em situação de risco. Hoje, como se executa os serviços socioassistenciais em Guaíra?
A assistência social é dividida em Proteção Básica e Proteção Especial (média e alta complexidade), sendo a proteção básica o preventivo e a proteção especial atende as pessoas com vínculos rompidos ou fragilizados com sua família. Estes serviços são executados tanto pelo poder público quanto pelas entidades do município.
No terceiro setor, a Diretoria também atua como grande parceiro?
As Organizações da Sociedade Civil (terceiro setor) do nosso município cumprem um papel importante na oferta de serviços socioassistenciais e se dedicam ao bem-estar e aperfeiçoamento social. A Diretoria de Assistência Social atua como parceiro, não só nos repasses financeiros, mas também no acompanhamento dos serviços executados por elas.
O que muda com a centralização do CIAS (Centro Integrado de Assistência Social) no Centro Social Urbano?
As pessoas que procuram a assistência social terão o acesso mais facilitado, haja visto que os equipamentos de serviço estarão mais próximos um do outro. E pelo espaço ser próprio a recepção a estas pessoas será feita até de uma forma mais acolhedora. Na linha de gestão eficiente foi muito importante pois iremos reduzir os gastos com aluguéis do orçamento da assistência social.
O CIAS terá o nome da Dona Leonor de Oliveira Souza, que muito colaborou de forma benemerente a muitas pessoas e entidades da cidade?
A dona Leonor e toda sua família têm uma história em nossa cidade voltada às causas sociais, solidárias, benemerentes. Uma homenagem muito justa, onde a história da homenageada se cruza com a essência da assistência social.
Você acredita que o Programa Famílias que Rendem teve uma maior equidade social em sua gestão?
Acredito que sim. Temos maravilhosos assistentes sociais na nossa rede e, junto a eles, entendemos a necessidade de melhorar o recurso com maior valor àqueles que realmente mais precisam, com critérios fincados nas legislações estabelecidas.
O Programa Trabalho Cidadão, que teve a junção da sua diretoria e da Limpeza Pública, foi pioneiro no sentido de garantir renda aos munícipes em vulnerabilidade. Houve alguns questionamentos, mas você acha que o resultado foi positivo?
Muito positivo. O programa Trabalho Cidadão veio de uma reformulação da antiga Frente de Trabalho, atendendo uma orientação técnica, onde eu, como gestor, ouvi os apontamentos, levei até o prefeito as sugestões e, juntos, técnicos, gestor e prefeito, fizemos as mudanças. Hoje, estamos fechando o mês de março com 230 pessoas no programa. O valor anual gerado no programa fica em torno de R$ 1.500.000,00, valor este que fica no comércio guairense. Costumo dizer que é “inclusão na veia”, pessoas que nunca tiveram a oportunidade de trabalho estão tendo agora.
Sobre a Unidade de Atendimento da Família, qual será o seu diferencial em relação ao antigo Núcleo de Convivência da Criança e do Adolescente?
Como o próprio nome sugere, será atendimento para toda família, não será feito um trabalho com público específico, teremos atividades para a mãe, o pai, o adolescente, a criança. Um espaço que terá o envolvimento de todas as secretarias. E este local fará uma justa homenagem ao Ney Tosta. Homenageá-lo é fazer justiça a esse cidadão que se dedicou em abrir as portas para as pessoas através da cultura, dos eventos, e que sempre morou no território deste equipamento. Este espaço sem dúvida será um espelho do que o Ney Tosta buscava proporcionar para seu público.
Para finalizar, não poderíamos deixar de tocar na questão política. A sua avaliação entre ser vereador e diretor de assistência?
Aproveito para agradecer a todos os funcionários da diretoria de assistência social, ao prefeito José Eduardo Coscrato Lelis pela confiança e na pessoa dele a todos os funcionários da prefeitura. Entendo que somos servidores da população, independente de ser vereador, diretor, secretário, somos funcionários do povo, temos que nos desdobrar, trabalhar muito para buscar o melhor para a população, e depois prestar conta e mostrar o resultado do nosso trabalho.