
Outro levantamento, apresentado pela Fundação do Câncer – com base nos números dados do Sistema Único de Saúde (SUS) – revelou queda de 84% na quantidade de mamografias realizadas no ano passado, na comparação com o mesmo período de 2019. Na rede privada, os índices também acenderam o alerta. Segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), houve diminuição de 53% de mamografia em 2020. No total, 1,5 milhão de exames deixaram de ser feitos entre os meses de março e dezembro.
Neste mês do “Outubro Rosa”, o cenário delicado quanto a esse cuidado preventivo tão importante com a saúde das mamas preocupa especialistas. “Um diagnóstico tardio pode causar danos sérios não só para pacientes, mas também para o sistema de saúde”, afirma o médico do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica, Dr. Egídio Cuzziol.
A preocupação do especialista é legítima e pode ser comprovada no mais recente estudo do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), que revelou desigualdade na distribuição de equipamentos de mamografia no país. O balanço mostra que no Sistema Único de Saúde (SUS), a oferta média de mamógrafos é de 1,3 aparelho – cerca de 100 mil habitantes. No total, 2.102 mamógrafos estão disponíveis para atendimento na rede nacional do SUS e cerca de 40%, concentram-se na região Sudeste – São Paulo fica com a maior fatia, 402. A Região Norte detém a pior cobertura com apenas 145 aparelhos. “Essa realidade é muito preocupante, principalmente se observarmos, por exemplo, que 95% dos casos de câncer de mama no país têm chance de cura se detectado precocemente. A falta ou atraso do diagnóstico pode desencadear consequências desastrosas, já que estamos falando de uma doença que leva a óbito mais 17 mil mulheres todos os anos aqui no Brasil”, analisa o especialista.
Ainda de acordo com o médico, o exame é indicado para mulheres e homens e alerta “Vimos muitos pacientes deixarem de lado a prevenção, mas é muito importante que a rotina de cuidados seja uma prioridade de todos. Homens e mulheres devem redobrar atenção com a saúde em todos os estágios da vida e a medicina diagnóstica é uma grande aliada nesta jornada. Hoje, a evolução e as metodologias cada vez mais avançadas nos permitem entregar laudos mais rápidos e precisos para o sucesso da jornada dos pacientes e melhor desfecho clínico”, destacou Cuzziol que completou: “Atualmente, mais de 70% das decisões clínicas brasileiras passam pela medicina diagnóstica e inúmeros estudos mostram a importância de exames como a mamografia, por exemplo, para detectar tumores não observados em autoexames”.

