Museu, um local para quem procura lazer e cultura

O museu municipal Maria Carolina Alves Lelis é pouco visitado pelo público guairense, que perde a oportunidade de conhecer um pouco da rica história de nossos antepassados

Cidade
Guaíra, 9 de fevereiro de 2018 - 09h40

Muitas pessoas até desconhecem a informação de que Guaíra possui um museu tão rico em peças e organizado de uma forma que o visitante faz uma verdadeira viagem pela história de nosso município, passando desde a presença de índios na região, o primeiro povoado, à imigração japonesa, a potência agrícola e a indústria e comércio.

Toda essa viagem pelo túnel do tempo segue uma ordem dividida em salas. O rico acervo do museu, que recebe o nome da esposa de um dos fundadores do município, o Capitão José Custódio de Lellis e Silva, a senhora Maria Carolina Alves Lellis, conta com centenas de fotos e relíquias, como o primeiro Jornal O Guaíra, ofícios de vereadores datados de 1929 – ano da emancipação política – e peças, como um moinho de café de ferro e madeira, datado do século XIX, que pertenceu ao próprio Capitão José Custódio.

O visitante também pode se aventurar em uma sala que dispõe de peças e vestimentas dos índios que aqui estiveram antes do primeiro povoado. Todo material, que inclui ferramentas utilizadas, nos traz a reflexão que bem antes de ser colonizada, Guaíra já era uma região privilegiada para a habitação, por ser cercada de três rios e ainda possuir um solo fértil, propício para o plantio de alimentos.

A sala da colônia japonesa traz um pouco da importância dos japoneses para o desenvolvimento da região, até relembramos a época do algodão, passando pelo trabalhadores rurais, os conhecidos “boias frias” e a luta diária na colheita do algodão, feijão e tomate.

Ao final da visita, é chegada a hora de conhecermos como viviam nossos antepassados. Uma réplica de uma “Casa de Caboclo” foi instalada na varanda do prédio. Paredes de bambu, fogão de lenha e uma cama de madeira com a colcha de retalhos. Objetos como lamparinas, panelas de ferro e até um torrador manual de café fazem parte da decoração. Todos os detalhes foram pensados para levar o visitante a entender que, mesmo em uma casa simples, a felicidade pode fazer morada.

A VISITAÇÃO

O Museu Municipal recebe visitas de pessoas que procuram informações e mais conhecimento sobre a história do município. É utilizado para pesquisas, uma vez que possuiu um rico acervo dos jornais da cidade, divididos em coleções por ano.

Escolas realizam visitações em grupo, principalmente nos finais de ano letivo. Mas, as visitas poderiam ser mais divulgadas e incentivadas na área educacional guairense durante todo ano letivo, com um cronograma que proporcionasse melhor utilização do espaço, valorizando assim o belíssimo conteúdo histórico existente no local.

APROVEITAMENTO DO ESPAÇO

Localizado em uma casa da Rua 6 número 378, região central da cidade, o Museu Municipal poderia ser melhor aproveitado. O local dispõe de sala de recepção e salas que são amplas e arejadas. Exposições em datas comemorativas podem virar atrativo para o público, bem como palestras educativas de historiadores, com destaque para os fatos históricos do local.

Enfim, o museu deve se tornar um espaço de conexão entre ciência, cultura e sociedade, tendo como papel informar e educar por meio de exposições permanentes, atividades recreativas, multimídias, teatro, vídeo e laboratórios. Espaço de despertar a curiosidade, estimulando a reflexão e o debate, promovendo a cidadania, colaborando para a sustentabilidade das transformações culturais, estando ao longo do tempo auxiliando para a formação cultural em nosso país, intensificando saberes inerentes às construções do desenvolvimento humano ao longo do traçado histórico.

O poder público, que é o gestor deste espaço, deve “olhar” como um local de progresso do patrimônio cultural, de comunicação da sabedoria, preservação da memória, da trajetória histórica, de inovação, comprometendo-se a divulgar e preservar a diversidade; tornando-se ponto de encontro, instrumento de socialização da consciência religioso, técnica, educacional, étnica e estrutural e disponibilizando capacidades de “ver o outro lado da moeda”, participando das transfigurações culturais.

Por meio de seus documentos raros, máquinas, jornais, pinturas, esculturas, desenhos, móveis, instrumentos, sua arquitetura, o museu tem sido reflexo do desenvolvimento processado por nossa sociedade. Sua capacidade tecnológica de expor, desenvolver e traduzir o que se apresenta de mais rico, de forma a complementar nosso gnose. Este espaço nos faz perceber o quanto somos fadados ao conhecimento e seus desdobramentos. Quando visitamos um museu depreendemos o quão pequenos somos e entendemos a valência dos rendimentos de nossas transformações culturais, identificando nossa história por meio de objetos e imagens, fazendo com que criemos bens para reflexão sobre o passado, a atualidade e o futuro.

É importante destacar que os museus são importantes para a formação cultural do país e principalmente das cidades, como Guaíra, pois reconhecem as transformações da inteligência quando os expõe em seus eventos e salas, desvelando o que está aparentemente encoberto pela ignorância dos arrogantes.

ATENDIMENTO

De segunda à sexta-feira

Das 8 às 17 horas (sem intervalo de almoço)

Rua 6 número 378, centro, Guaíra-SP

Telefone (17) 3331-1177


TAGS:

OUTRAS NOTÍCIAS EM Cidade
Ver mais >

RECEBA A NOSSA VERSÃO DIGITAL!

As notícias e informações de Guaíra em seu e-mail
Ao se cadastrar você receberá a versão digital automaticamente