Vivemos uma busca insana por uma felicidade constante, o que é irreal. Um dos grandes problemas é o tempo que precisamos dedicar àquilo que nos é imposto, seja na época dos estudos, seja no trabalho. Parece, enfim, que não somos donos do nosso próprio tempo.

Dias atrás, em uma aula sobre Power Point, pedi as(os) estudantes que fizessem uma tabela. Um deles me chamou e disse: “professor, olha como eu gostaria que fossem os dias:” E mostrou o seu trabalho: de segunda à domingo marcado como feriado.

Eu, então, disse a ele três coisas: A primeira foi aquela mais comum: se fosse assim, se todos os dias fossem feriados, você não iria aprender nada. Ninguém iria. Dê tempo ao tempo. O estudo é necessário. Um dia você vai entender; a segunda, foi a mais lógica: se todos os dias fossem feriados, não haveria feriado (brinco com isso com meu pai, depois que ele se aposentou); a terceira, na minha concepção, foi a mais importante: Se você quiser ter uma vida com dias que representem a sensação liberdade (porque, na verdade, é isso o que a gente quer quando fala assim), estude e se prepare para fazer aquilo que gosta e que faça seu coração pulsar de verdade (e que dê dinheiro, claro, para poder se sustentar).

Um segundo caso ocorreu já há alguns anos, em uma consultoria em uma cidade do interior de Mato Grosso (ia uma vez por mês). Era uma clínica. Quando cheguei lá, pela manhã, os proprietários me relataram que a secretária, contratada há um mês mais ou menos (tinha a conhecido na visita anterior), não estava correspondendo. A ideia era dispensá-la. 

Porém, lá no fim do dia, durante o treinamento que ministrei, enquanto eu falava, vi os olhos dela brilharem com as possibilidades de realização daquele trabalho, com aquilo que propúnhamos que todos aprendessem. Foi muito evidente.

Ao fim, depois que todos se foram, aprofundei a conversa com os líderes e vi que havia falhas na condução do sistema de aprendizagem do trabalho. Sugeri alterações. Foi acatado e executado. Ela realmente aprendeu o que devia e se tornou uma excelente profissional.

Enfim, no fundo, uma vida verdadeiramente rica e feliz (com momentos de infelicidade – inevitável), é aquela na qual dedicamos grande parte das horas em que estamos acordados (que temos consciência da nossa existência) a fazer aquilo que nos enche os nossos corações, que faz nossos olhos brilharem…

Faça isso com você. Faça o esforço necessário para conquistar sua liberdade (e ela não está necessariamente no tempo livre, mas na liberdade de usar o tempo naquilo que gosta). Se for empresário, busque estar ao lado, contratar pessoas que assim o fazem, também.

É como dizia Gonzaguinha, em De Volta ao Começo: “e o menino(a) com brilho do sol na menina dos olhos…”

Pense nisso, se quiser, é claro!

Prof. Ms. Coltri Junior é consultor, palestrante, adm. de empresas, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior