A apatia do poder

Opinião
Guaíra, 29 de agosto de 2015 - 14h37

Como é possível descrever com riqueza de detalhes um lugar que você só ouve falar, não frequenta e não conhece? É possível? Seria totalmente possível se tivéssemos poderes místicos ou até mesmo exotéricos, mas tenho certeza que não é o caso dos políticos guairenses, esses que dizem nos representar e “vira e mexe” batem no peito dizendo trabalhar em prol do povo. Como nossos políticos poderiam trazer benefícios para a população fingindo não saber as deficiências da nossa cidade? Como trariam melhorias para cada bairro ou setor, seja na área da saúde, educação, transporte, trânsito, lazer e etc, sem estar presente no dia-a-dia do guairense? Essas são algumas das perguntas que me faço todas as vezes que os vejo andar de cabeça erguida pelas ruas da cidade.  Como se fossem dignos de todo respeito do mundo. Esses figurões da vida pública são pessoas egocêntricas e gananciosas. E seus filhos não precisam trabalhar duro para pagar em dia a mensalidade da faculdade, não sofrem por ter um transporte universitário medíocre e ainda pagar um valor exorbitante por ele. Se casam e não precisam fazer FINANCIAMENTO NA CAIXA (como se o valor liberado pelo programa levantasse casa com terrenos em Guaíra valendo R$ 60.000.00). Não sabem o valor de uma consulta, muito menos o quão gelada cansativa é a fila do posto de saúde. Não frequentam praças, quadras poliesportivas, escolas públicas nem projetos sociais. Não precisam de medicamentos da farmácia municipal para se tratar quando doentes. Filho de figurão político não tem como lazer nosso maravilhoso Lago Maracá. Em uma constante busca por status, que os impede de desenvolver um sentimento tão puro chamado empatia, se preocupam exclusivamente em encher seus bolsos e em alguns casos alimentar seu ego. A ausência de tal sentimento os torna seres humanos incapazes de ocupar qualquer cargo em que decidam ou influenciam no futuro de seu semelhante. Hoje nossa cidade passa por um momento de total abandono, e BURACOS NO ASFALTO e ILUMINAÇÃO PÚBLICA são problemas superficiais. O guairense não possui uma ASSISTÊNCIA SOCIAL de qualidade. Com critérios desconhecidos os beneficiados são escolhidos à dedo, obrigando o munícipe que realmente precisa do auxílio “bater palmas” na porta da câmara municipal e pedir aos vereadores. VEREADORES esses que pouco exercem seus deveres e os poucos que ainda trabalham gastam todo seu tempo fiscalizando e denunciando, esquecendo de ARQUITETAR PROJETOS que beneficiariam os munícipes. Exemplo é o baixo investimento na INFÂNCIA e JUVENTUDE, PROJETOS SOCIAIS que englobam ESPORTES e artes praticamente NÃO EXISTEM ou não é divulgado. Guaíra, que tem tudo para ser a CAPITAL REGIONAL DOS ESPORTES, hoje economiza até nos uniformes das nossas crianças. Com o índice de desenvolvimento nos pés, o comércio luta para se manter e como o INVESTIMENTO NO LAZER é zero, para o trabalhador só resta o trabalho (graças a Deus que ainda tem). Falar em MORADIAS, problemas com a SAÚDE, LIMPEZA PÚBLICA e a terceirização já virou “clichê”. Preferem dar o dinheiro público para empresas privadas, dinheiro este que deveria ser repassado para o trabalhador guairense que deixa seu suor neste solo que tanto amamos. Como se não bastasse ter praticamente todos os cargos de confiança preenchidos, vira e mexe contrata-se empresas de consultoria e assessoria, deixando mais do que claro que a equipe escolhida pela administração não tem competência. O descaso com o jovem universitário é imenso. Um grande exemplo são as CIDADES vizinhas julgadas por muitos como “SUBDESENVOLVIDAS” pela ausência de desenvolvimento (usinas e indústrias) estão a anos luz à nossa frente no quesito transporte universitário. Miguelópolis disponibiliza a seus estudantes ônibus para as seguintes cidades: Ituverava, Barretos, Franca e São Joaquim da Barra. Ao estudante miguelopolense é cobrada a taxa de R$42,30/mês. Independente do destino a taxa é a mesma para todos. Ipuã leva seus universitários a seis cidades, duas a mais que Miguelópolis (Ribeirão Preto e Batatais) e tem 10 ônibus à disposição dos estudantes, sendo cinco da própria prefeitura e cinco fretados. Quem mora em Ipuã desembolsa apenas R$50/mês para qualquer cidade. Já GUAÍRA, apesar do seu grande potencial econômico, não proporciona benefícios ao seus jovens e cobra os seguintes valores: *RIBEIRÃO PRETO R$250,00/MÊS *FRANCA R$220,00/MÊS *BEBEDOURO R$180,00 *BARRETOS R$88,00 *MIGUELÓPOLIS R$90,00 GUAÍRA, apesar de sua grande arrecadação tributária, não possui transporte universitário próprio e nem auxilia seus jovens com uma importância significativa na mensalidade do ônibus. O que podemos concluir é que mesmo um município tendo condições para criar, inovar e suprir, se não tiver “prefeitura”, permanecerá estático.


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Flávio Tavares

Flávio Tavares, Porteiro da Tomilho – Guaíra.

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