Na Inglaterra, depois de várias revoltas, os puritanos que eram os presbiterianos da linha calvinista mais rígida perseguidos pelos Stuarts, em 1620 várias famílias se dirigiram à América em um navio chamado My Flower e ali estabeleceram o Tratado de My Flower onde deveriam obedecer Leis Justas e Iguais. Em 150 anos após este tratado em 1775 os norte americanos os fundadores das 13 colônias estabeleceram a República. Os federalistas republicanos Alexandre Haminton, James Madson, Thomas Jefferson estes fundadores da nação Norte americana depararam que o mesmo problema que os romanos haviam encontrado 2.300 anos atrás. Assim elaboraram uma constituição separando o poder executivo em dois: o chefe de Estado que denominaram de Presidente que trataria de assuntos externos e os chefes de governo para a administração pública interna: que são os governadores dos estados federados. O Presidente da República não governa, mas representa a República e defende os cidadãos contra ações abusivas. Sendo que o presidente é escolhido pelo voto direto.
No Brasil ao contrário da América, o rei de Portugal por motivos políticos foi ameaçado pela invasão francesa ao território português o rei D. João VI temendo perder o trono e o poder sobre todo Império Português: Algarves caminho das Indias, colônias africanas, possessões na China e India, foge D.João VI para o Brasil mantendo todo poder e propriedades de todo Império português. O Brasil como reino unido a Portugal e Algarves passa a ser por quase 20 anos o Rio de Janeiro como a capital de todo Império português, mas com a queda do sistema absolutista no plano das idéias iluministas e da Revolução Francesa, novos conceitos influenciados pelo iluminismo, um movimento vasto e toda Europa nos finais do século XVIII engajou como uma frente contra a ignorância dos séculos anteriores, tendo como base novos valores humanos, atitudes, críticas e renovação, foi o chamado SIÈCLES DES LUMIERES, o século das luzes. Toda estrutura, política de toda Europa é abalada. Assim cria-se o movimento Constitucionalista e surge em Lisboa o parlamento, conhecido como “cortes” portuguesas. D. João VI no Brasil tinha diante das novas regras constitucionais que obedecer as leis da Constituição cujas regras obrigou seu retorno a metrópole portuguesa. Entretanto de maneira inteligente deixa no Brasil seu filho D. Pedro como príncipe regente, cuja intenção era caso o Brasil se tornasse independente o trono continuaria nas mãos dos Orleans de Bragança. D. Pedro era casado com a arquiduquesa D. Leopoldina, filha do rei do Império Austro húngaro da casa real dos Habsboug, criada em 1200 D.C.
Na visão de D. João ao aconselhar D. Pedro a permanecer no Brasil ele via o Brasil como um futuro grande Império, continental, rico, sobrepondo o pequeno espaço de Portugal e não desejava que o Brasil se fragmentasse como havia ocorrido com o Império Espanhol na América em várias Repúblicas autoritárias. Além de tudo D. João apreciava e gostava da vida no Brasil.
O príncipe D. Pedro e a arquiduquesa e princesa Dna Leopoldina sozinhos tiveram muitas influencias dos intelectuais que conviviam na Quinta da Boa Vista, entre eles havia um intelectual brasileiro nascido na cidade de Santos, José Bonifácio de Andrada e Silva, de família abastada, estudou em Coimbra, em Portugal, era extremamente culto, sábio formou-se em Direito e Filosofia era também especialista em várias áreas do conhecimento como a matemática, mineralogia em especial sobre o nóbio, cujo Brasil é especialmente abundante neste precioso mineral. Era José Bonifácio especialista em Historia natural. Em sua estada na Europa viajou por vários países a estudo, foi professor na Universidade de Coimbra e prestou serviços ao governo português, permanecendo durante a invasão francesa em Lisboa onde chegou ao posto de comandante como voluntário acadêmico por se destacar como líder. Em 1819 aos 51 anos de idade D. João VI autorizou seu retorno ao Brasil e em 1821 tomou parte do governo da província de São Paulo. Era poliglota possuía uma biblioteca de mais de seis mil livros. Amável, teve uma filha bastarda na Europa trouxe a filha e entregou a esposa para criá-la e fez dela se casar com um tio. Este patriarca da independência do Brasil, diferentemente de Thomas Jefferson o patriarca da independência americana que era latifundiário, escravocrata, pois possuía 300 deles, José Bonifácio não era latifundiário, era contra a escravidão no Brasil e a favor da reforma agrária e da propriedade rural familiar.
Foi assim que a influencia deste sábio José Bonifácio que influenciou para que nossa 1ª Constituição de 1824 a liberal e fora toda influenciada pelo pensamento dos filósofos do iluminismo dos finais do século XVIII. Ao lado constante do sábio Sr José Bonifácio está figura importante arquiduquesa a princesa regente Dna Leopoldina, sábia, também, poliglota, soube através de sua inteligência absorver os ideais do patriarca Sr José Bonifácio e trabalhar, influenciando seu marido o príncipe regente D. Pedro a tornar o Brasil num Império e conseguiu.
Assim em 1822 após a proclamação da independência do Brasil, até 1823 o imperador D. Pedro I já havia conquistado e estabelecido todo o território brasileiro, menos o atual estado do Acre, que foi através do tratado de Petrópolis em 1903 negociado pelo Barão do Rio Branco com a Bolívia. Em 1824 o imperador D. Pedro I outorga nossa primeira constituição a do Império que manteve o país estável por 60 anos. Democrática, liberal manteve o Brasil como Estado Imperial. Tal como os norte americanos que em 1774 inspiraram seu sistema de governo na experiência romana, no Brasil Império também seguiu a mesma estrutura de poder romano. No Brasil Império foi uma monarquia constitucional, onde o executivo era separado em dois poderes a chefia de estado ficava com o Imperador e a chefia do governo com parlamento de deputados. O chefe do Estado o Imperador cuidava das questões externas e o 1º ministro da administração interna do Brasil. Havia neste sistema de poder freios e contra- pesos e além do 4º poder o moderador para casos de crises políticas ou perda de confiança, o Imperador no uso do poder moderador dissolvia o parlamento ou exonerava em casos de mal feitos, convocando novas eleições.
A monarquia no Brasil era extremamente democrática e liberal no sistema econômico. As eleições para o parlamento eram livres, sendo que todos os negros libertos tinham direito ao voto. O sistema era constitucional, uma constituição governa todo sistema. A chefia do Estado é feita por um monarca que tem o poder de nomear o 1º ministro, ratificar leis e chamar novas eleições. Neste sistema da monarquia constitucional o monarca tem uma função mais ativa na administração pública. Esse era o modelo do Brasil Império do século XIX .
No sistema da monarquia parlamentar, o parlamento escolhe o 1ª ministro por coalizão partidária ou o partido majoritário indica o 1ª ministro. A grande vantagem no sistema da monarquia constitucional ou parlamentar é que indivíduos aventureiros demagogos que se utilizam da credulidade ingênua do povo alcancem o poder como nas Repúblicas da América Latina e África , a hereditariedade na monarquia impede que aventureiros de plantão apliquem o estelionato político comum no sistema Republicano, aliás é bom sempre lembrar de que o sistema Republicano só da certo no Brasil em residências para os estudantes universitários residirem, no mais é uma verdadeira casa de mãe Joana.
No século XIX a Monarquia Constitucional foi extremamente democrática sem qualquer crise, enquanto na América espanhola prevalecia os tiranos antidemocráticos, pois no Império do Brasil prevaleceu a moral, a honra, o respeito a dignidade e a justiça.
Sendo assim no Império do Brasil como monarquia constitucional o sistema de poder trouxe a nação seu poder dividido em dois, se limitavam mutuamente um freando o outro e pondo contrapeso em ambos e este sistema de poder por todo século XIX por 60 anos foi próspero , gerou riqueza pois o Brasil tornou na metade do século XIX o 9º império do mundo e a 4ª economia com uma só constituição.
Continuação no próximo domingo dia 20/01/2019