A estranha virtude do oportunismo

Opinião
Guaíra, 13 de maio de 2020 - 23h53

Durante essa semana, em nossa cidade um sutil e maquiavélico sopro de individualismo mesquinho se fez presente em alguns meios midiáticos, em um ataque direto a geração de emprego e de renda, para mais de cem famílias de nossa cidade. O que de fato causa espanto, não é a polarização política em um período pré-eleitoral, mas, a total e completa ignorância da crise econômica que se aproxima.

De modo, que acima a palavra ignorância seja levada de fato ao seu radical, ignorar, a partir desse contexto, alguns personagens se projetam como antagonistas da sua própria história, negando através de seus discursos suas origens, se transformando em atores de um teatro macabro de contradições.

Um ex-bancário, que construiu uma história baseada no mercado financeiro, é contra financiamentos, e investimentos no serviço público, mas apoia o bloqueio de empregos gerados num período de desemprego.

De outro lado um trabalhador que combate a geração de empregos fomentada pelo Prefeito através de incentivo a iniciativa privada e se diz liberal. E por último e não menos importante uma oposição que fiscaliza a fiscalização fiscalizadora no legislativo que ao invés de ajudar a conseguir mais alimentos para a população carente, procura convulsionar a distribuição, e vota contra a geração empregos diretos para 100 famílias.

Em períodos de crise, cada emprego é importante, cada real circulando no comercio, cada prato de comida na mesa é prioridade. Não é racional, muito menos compreensível agir diferente disso, perguntem aos contadores de nossa cidade o volume de demissões contabilizadas nesse último mês e vejam se 100 empregos gerados não são importantes. O que está em questão nesse momento é a sobrevivência de pessoas, famílias, empregos e empresas, nossa cidade precisa se unir contra a crise e não ignora-la, é estranho que alguns pré-candidatos prefiram fomentar filas para auxílios e cestas básicas do que para empregos. A população quer trabalho, precisa de dinheiro, o comercio precisa de consumidores, a única forma de qualquer economia sobreviver em tempos de crise é com empregos, essa lição qualquer candidato a gestor deveria saber.

Se existe algo interessante nessa história é que todos os atores acima citados estão no mesmo grupo e batem palmas enquanto os outros dançam, enquanto isso a população precisa trabalhar, e comer, nesse momento é preciso que os protopoliticos, pensem no povo e não em si mesmo. Para um grupo tão unido, confuso e contente resta a seguinte frase, “se cobrir vira circo, se cercar vira hospício”. Economia é uma construção social, ignorância não é virtude, emprego é necessidade.

 

Sidnei Ferreira, professor de sociologia e filosofia, mestre em sociologia econômica pela UNESP-FCLar-Araraquara.


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Sidnei Ferreira, professor de sociologia e filosofia, mestre em sociologia econômica pela UNESP-FCLar-Araraquara.

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