A meritocracia política insurgente contra o apadrinhamento demagógico

Opinião
Guaíra, 7 de abril de 2016 - 09h05

A dificuldade de ingressar e se estabelecer na política brasileira por mérito próprio é muito difícil na minha opinião e o apadrinhamento é evidente e quem tem “padrinho sai na frente” e eu não escapei dessa frustrante realidade. A credibilidade é adquirida com o tempo, com o cumprimento da palavra ao longo da vida e aqui Uma questão: Como citarei meu passado com garantia de futuro tendo eu 25 anos de idade? No mercado de trabalho não é diferente, tendo o apadrinhamento outro nome, o famoso Q.I (Quem Indica) propiciando vantagens exclusivamente por meio da camaradagem deixando as qualificações profissionais em segunda instância. Quando trabalhei em uma Usina de açúcar e álcool, aqui no nosso município, vi muitos apadrinhados terem oportunidades e vantagens sem merecer. Por quantas vezes pedi uma chance de mostrar a força do meu trabalho, quantas vezes, uma oportunidade de fazer um teste em outro setor foi por mim mendigada em vão, pois outro candidato já estava escolhido muito antes do teste. E foi a partir daí que me tornei adepto da meritocracia, um sistema de gestão que considera o mérito, como aptidão, a razão principal para se atingir posição de topo. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento e entre os valores associados estão educação, moral, aptidão específica para determinada atividade. Constitui-se uma forma ou método de seleção. A meritocracia está associada, por exemplo, aos concursos públicos sendo a forma pela qual os funcionários estatais e municipais são selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade. Assim, meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal em faculdades por todo Brasil. Os partidos políticos tem poucos representantes de até 29 anos e em sua maioria constituída, por parentes de caciques da política. Pesquisando a fundo o assunto constatei alguns fatos. É interessante compartilhar com vocês este resumo onde ressaltei o que é relevante. Em 2014, o Estado de Minas enviou um questionário às lideranças das juventudes dos maiores partidos brasileiros perguntando quem seriam seus representantes de destaque naquela data.  Foram consultados PT, PSB, PMDB, PSDB, DEM e PDT. A maioria dos partidos não souberam apontar dois nomes de militantes considerados jovens, segundo o Estatuto da Juventude, com até 29 anos. Os democratas trataram, por exemplo, o então prefeito de Salvador, ACM Neto, e o deputado federal Efraim Filho (PB) como representantes da juventude do partido, apesar de ambos terem 34 anos. Entre os trabalhistas, o presidente nacional da Juventude Socialista, Luiz Marcelo de Camargo, sugeriu os nomes do deputado Weverton Rocha (MA), de 34, e da deputada estadual do Rio Grande do Sul Juliana Brizola, de 38. No PMDB em um parâmetro nacional, ainda em 2014 foram encontrados jovens de destaque na política com até 29 anos, mas a maioria deles tem relações familiares com caciques dos partidos. Na juventude dos peemedebistas, o filho do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), era o presidente nacional da organização. Aos 21 anos, Marco Antônio Cabral assumiu o cargo. Ao lado dele na diretoria, estão o deputado estadual do Ceará Danniel Oliveira, de 28, e o deputado federal Wilson Filho (PB), de 24, respectivamente, SOBRINHO DO SENADOR Eunício Oliveira (CE) e filho do ex-senador Wilson Santiago (PB). Parentes com histórico na política também é a realidade da juventude tucana, na qual se destacava o nome de Expedito Neto, de 25, que tentava uma vaga na Câmara dos Deputados. Ele é filho do ex-senador Expedito Júnior (PR-RO), que teve o mandato cassado por compra de votos e abuso de poder econômico, em 2009. No PSB também foram vistos sobrenomes repetidos da política tradicional entre os líderes da juventude. Secretário nacional da Juventude Socialista Brasileira, Bruno da Mata, de 30, é filho da senadora Lídice da Mata (BA), que foi candidata ao governo do estado. Em Pernambuco, o filho do governador do estado, Eduardo Campos (PSB), também foi cotado para ser candidato ao Congresso Nacional. Aos 20 anos, João Campos tenta manter a tradição da família Arraes. O cenário de novas gerações das tradicionais famílias de políticos acaba AFASTANDO NOVATOS do sistema. Fomos lá e agora venhamos cá, aqui em Guaíra vemos claramente pairar um sentimento de renovação no ar, com o mesmo problema nacional. O sobrenome e o legado é passado de “pai para filho” como se fosse uma coroa, um manto sagrado que representa mais de 50% da representatividade política do candidato! Seja um meritocrata e observe o esforço realizado por cada um. Eu que não tive a honra e o privilégio de ter um pai responsável e presente me apeguei a minha mãe e a maravilhosa dádiva de ser Pai. Eu estou construindo meu legado para um dia eu olhar para minhas filhas e dizer: Faça por merecer, não espere ajuda de ninguém, pois a ajuda vem de Deus, porém não adianta olhar para o céu com muita fé e pouco trabalho.”


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Flávio Tavares

Flávio Tavares, Porteiro da Tomilho – Guaíra.

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