Ao longo da história, a arte tem sido um elemento de expressão e ferramenta de autodesenvolvimento e crescimento pessoal. Num mundo caracterizado pela rapidez das informações e pela superficialidade das relações, ela se apresenta como instrumento de resgate da introspecção e de conexão das pessoas com sua essência, sentimentos e pensamentos, por criar momentos de reflexão interna e expansão da consciência individual. Reconhecer o valor da arte é entender o seu papel no desenvolvimento das pessoas e da sociedade.
Ao se dedicar a criar ou apreciar uma obra de arte, a pessoa inicia um processo de autoanálise, pois o trabalho artístico revela facetas da subjetividade que permanecem ocultas na agitação do dia a dia. Emoções, traumas, desejos e anseios se expressam de forma simbólica e oferecem a oportunidade de identificação e compreensão das particularidades emocionais. Logo, o autoconhecimento facilitado pela arte é importante para a construção da identidade e para o equilíbrio psicológico das pessoas.
A arte estimula competências cognitivas e emocionais essenciais para o desenvolvimento humano. A criatividade, exercitada nas diversas formas artísticas, promove a flexibilidade mental e a capacidade de resolução de problemas. A sensibilidade, que se amplia, permite maior empatia e compreensão do próximo, fortalecendo as relações interpessoais e o sentimento de pertencimento, contribuindo para moldar indivíduos mais integrais, conscientes e socialmente inseridos.
Por isso, é importante assegurar o acesso à arte desde a infância, com políticas públicas e abordagens educativas que valorizem a criatividade e a expressão artística. Espaços culturais e comunitários desempenham papel fundamental ao criar oportunidades para se experienciar a arte e promover o autoconhecimento. Esse apoio deve ser visto como parâmetro para focar a essência das pessoas e favorecer a saúde mental, além do bem-estar coletivo.
A arte é uma atividade estética e um caminho para despertar o ser humano para si mesmo e para o mundo. Ampliar o acesso à arte e incentivar sua prática vai além da necessidade cultural, é algo fundamental para formar seres humanos mais autênticos, criativos, empáticos e conscientes, pois a arte é o espelho no qual as pessoas enxergam a sua essência e se desenvolvem.
* Regis Leal é auditor fiscal, mas encontrou na escrita uma forma de compartilhar reflexões sobre essência, espiritualidade e desenvolvimento pessoal. Ele é autor dos livros “Ação”, “Hoje – Permita-se Ser Quem Você É” e “Dharma – Viva na Plenitude”.