Com o propósito de provocar reflexão e, na medida do possível, contribuir para o debate público, passarei a emitir minha opinião sobre temas que considero relevantes para o bem comum dos guairenses. Avalio como preocupante o endividamento do município pela atual administração, pois demonstra incapacidade de gestão do orçamento público e pode comprometer seriamente administrações futuras. A dívida fundada da Prefeitura com o Fundo Municipal de Previdência dos Servidores que vinha sendo paga nas últimas duas décadas e que terminaria este ano, foi renegociada e alongada, com aprovação da Câmara.
Com exceção do Moacir e Maria Adriana, os vereadores também aprovaram a contratação de empréstimo bancário em torno de R$ 4 milhões para compra de veículos, máquinas e equipamentos, bem como melhorias na iluminação pública que ainda estão por vir. O período de carência e o prazo da operação jogará a dívida no colo do próximo prefeito. Há muito tempo a prefeitura vinha renovando sua frota com recursos próprios ou mediante doações dos governos estadual e federal; eu mesmo, como vice-prefeito, tive a oportunidade de ir receber uma retroescavadeira em Bebedouro, pelo PAC-2, programa da ex-presidente Dilma que também doou para o município uma motoniveladora e um caminhão basculante de 23 toneladas, além de ônibus escolares. Também conseguimos do governo estadual ambulâncias e caminhões menores (tanque e basculante). E isso tudo veio de graça, fruto de articulação política com deputados e senadores, coisa básica que o atual governo municipal parece que não sabe ou não quer fazer.
Agora, já na segunda metade do mandato, cogita-se novo empréstimo no valor de R$5 milhões para recuperação da malha viária urbana, um absurdo que a Câmara Municipal e a população não podem permitir. Recapeamento asfáltico e operação tapa-buracos é o arroz com feijão de qualquer administração que se preze, com recursos próprios ou de emendas parlamentares junto aos orçamentos do Estado ou União, jamais via financiamento bancário.
Mesmo que aleguem que o município tem capacidade de endividamento e de pagamento, considero que essa hipótese de contrair empréstimo de longo prazo e valores elevados, só deva ser utilizada em casos complexos, de difícil solução; por exemplo, o grave problema da falta de drenagem na região central da cidade, ocasionando fortes enxurradas e alagamentos a cada chuva mais intensa. Isso sim justificaria comprometer administrações futuras com parte do pagamento da dívida contraída.
Fora isso; sou favorável à postura radical que os vereadores sempre adotaram no passado, de só permitir endividamento e empréstimos que pudessem ser quitados até o final do mandato em curso. Por que agora o entendimento seria outro?