Eu só vi o ouro

Opinião
Guaíra, 25 de setembro de 2020 - 09h55

Conta-se uma história em que os chineses falam de um homem de Pequim que sonhava com ouro. Um dia ele vestiu seus melhores trajes e se dirigiu ao mercado apinhado de gente. Foi diretamente para a barraca de um comerciante de ouro, roubou uma bolsa cheia de moedas de ouro e foi-se embora calmamente. Os guardas que o prenderam ficaram atordoados:

– Por que você roubou o comerciante de ouro em plena luz do dia? – perguntaram. – E na presença de tanta gente?

– Eu não vi ninguém. Só vi o ouro.

É claro que uma história assim pode suscitar, ao menos, dois tipos de interpretação: uma delas é o foco. Levada para o lado bom, não ao de ir roubar, mas ao de focar, acreditar e querer pagar o preço, poderia até ser uma boa inspiração.

O pensamento dominante é um fator essencial quando buscamos algo. No meu mais recente livro, Como Transformar Sonhos em Objetivos, trabalho exatamente essa questão. Quando pensamos do sonho à realização, podemos cair na armadilha de uma vontade temporal, sem força dentro de nossa mente, sem envolver nossos sentimentos. Aí, ao primeiro sinal de dificuldade, abandonamos o “projeto”.

Assim, precisamos apurar o nosso sonho para que ele ganhe essa força necessária. Dessa forma, temos um pensamento dominante alicerçado, construído, organizado. Como tem poder dentro de nós, conseguimos passar pelas dificuldades. Não é sair fazendo, só vendo o ouro. Sabemos, até certo ponto, o preço a pagar, do que devemos abrir mão, ou seja, as escolhas e renúncias.

A questão é que ter foco é importante, mas não podemos desprezar as variáveis que envolvem nossas atitudes. Pagar o preço é conhecer o que envolve a tomada de decisão: riscos, trabalhos a serem realizados e os prêmios, frutos do esforço.

Utilizada na área estratégica, como ferramenta de diagnóstico para médio e longo prazo, considero a análise SWOT como um bom instrumento de rotina, também, pelo qual avaliamos as oportunidades, ameaças, nossos pontos fortes e fracos, a cada decisão importante que temos que tomar. Com isso, mapeamos e analisamos os fatores impactantes e os que podem ser impactados por nossas atitudes. A gente vê o ouro, mas o que também está ao seu redor.

A moral da história contada no início deste artigo é que não podemos nos cegar para o cenário, para a ética, para a própria moral, para os nossos princípios. Não podemos enxergar só o ouro. Enfim, pensamento dominante é importante, mas não se pode tomar decisão sem que se perceba as consequências.

Pense nisso, se quiser, é claro.

Prof. Me. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor, escritor e diretor da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior

 

 

 


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Professor Coltri Junior é palestrante, consultor organizacional e educacional, professor e diretor da Nova Hévila Treinamentos

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