Não vem ao caso

Opinião
Guaíra, 1 de setembro de 2016 - 09h28

 

A casa grande das elites brasileiras tem em sua gênese a hipocrisia, o falso moralismo em seu DNA, é herdeira das Capitanias Hereditárias, do escravagismo, da manipulação, e do autoritarismo de nossa história.

Donas absolutas de frações de poder, como a grande mídia Nacional, que é de propriedade de apenas 05 famílias que embutem um neofundamentalismo na análise manipuladora da informação, e na conceituação preconceituosa e aristocrata de nosso pensamento elitista.

Olvidamos que esses barões foram financiadores e apoiadores do Golpe de Estado de 1964 que apeou da presidência o presidente João Goulart.

Como também é fato que não são éticos, mas falsos moralistas impingidos de uma impostura que falseia de forma constante a verdade.

Contemporaneamente, os algozes do embuste não vestem fardas e nem batem continência. Usam togas ou pintam patos amarelos nas grandes capitais e usam os mesmos artifícios da manipulação e da falsa ética para se defenderem e se locupletarem das benesses do poder.

Deliberam o que é conveniente, ou aquilo que não vem ao caso, usam despudoradamente das influências e distorções para alcançar seus desígnios nada republicanos.

A democracia, a vontade soberana do povo são valores infecundos insólitos para esta casta, que às margens do Estado Democrático de Direito, acusam, julgam e condenam os que ousam pensar e agir diferentemente de seus dogmas.

O Brasil não é mais uma democracia plena, vivenciamos o retrocesso do conservadorismo, de um colonialismo, e uma ditadura disfarçada de legalidade.

Honorários gângsteres desfrutam desses privilégios, pois as suas transgressões não vêm ao caso, aja vista Eduardo Cunha e sua família, ou as delações premiadas que citam tucanos, pemedebistas, ou pessoas do círculo dos beneficiários pela cruzada anti-pensamento único.

Entretanto, inoportunamente ou simplesmente inconveniente, as mazelas e misérias dos corruptos protegidos e amparados por essas elites são relembradas para mostrar a hipocrisia e a verdadeira cruzada que o Brasil vive.

O Brasil, diferentemente do ufanismo monopolista, não está combatendo a corrupção, nem punindo corruptos, há sim uma criminalização de forças políticas antagônicas ao conservadorismo, uma espécie de farisaísmo judiciário.

Perguntas simbólicas não merecem respostas, pesos e medidas desiguais são exercidos em deboches contra o Estado Democrático de Direito.

A Constituição é rasgada, pisada, assim como os códigos de processos são deturpados e manuseados descaradamente de forma conveniente aos ditadores e celebridades da usura judiciária.

O cinismo é regra, a tortura psicológica, o jogo de cartas marcadas, o insultar da inteligência pátria é cotidiano, os direitos são violados, a liberdade é ultrajada.

Mas tudo isso não vem ao caso.


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Henrique Matthiesen

Henrique Matthiesen – Bacharel em Direitoo e Jornalista

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