A expectativa do final de novembro, início das “férias” porque de férias não tinha nada. A intensidade era tanta e a alegria compensava o cansaço. Noites viradas e dias contados para que o final de semana chegasse logo, pois na sexta já tinha “Programação de Férias do Grêmio”.
Cada encontro, cada riso, cada descoberta que até hoje são lembradas com carinho e com riqueza de detalhes, pois tudo parece ter acontecido ontem.Saber que de fato entraríamos nesse lugar e lá dentro seríamos felizes naquela ocasião e, de quebra, sobrariam as lembranças. Ah! As lembranças.
Creio que você, caro leitor, caso foi um frequentador assíduo do Grêmio Recreativo XVIII de Maio, tem uma memória afetiva, olfativa e nostálgica de tudo que aconteceu.Como era gratificante ver quando suas ideias eram materializadas na fantasia que tirava risos das pessoas. Como era gratificante ver os amigos se tornando personagens conhecidos e se jogando com intensidade na tão esperada Festa da Fantasia.
Os Natais e viradas de ano eram incomparáveis, aquela união (mesmo que algumas eram na falsidade, convenhamos) mas era impressionante a energia desses dias, lá, naquele piano bar. A baladinha com aqueles sofás, que se falassem estaríamos condenados rs. O show ao vivo no bar, que muitas vezes era um violão azul, já conhecido. A banda do Beco com Benê, Canibal. O pagode do Ítalo, do Pitt.
O carnaval de salão éra sensacional. Era família. Tinha sabor, acreditam?
Lugar que, de muitos, o primeiro beijo. De tantos , o primeiro e até o eterno amor da vida foi encontrado aí, dentro dessas paredes.
Amigos da vida, amigos que não se encontram mais no nosso meio. Uns fisicamente e outros pelos diferentes caminhos que o destino traçou.
Para aí, do lado de fora e trazer tudo isso à tona, não vou te negar, é dolorido. Porém, ao mesmo tempo é mágico. Tudo o que vivemos tem que servir para o que ainda vamos viver. Levante-se, traga cor pros dias de agora. Tempos cinzas não podem acometer seus dias aqui. É preciso cor, pois, logo ali pode estar a chegada, Aproveite o caminho.
Por Nando Ribeiro