O culto à alienação

Opinião
Guaíra, 10 de agosto de 2016 - 08h05

Eu não gosto de política. Eu odeio política. É tudo igual. Não me interesso por política. São expressões cotidianas da coletividade brasileira sobre a classe política.

De fato, a desvirtuação do exercício político é um fato inconteste. O promíscuo entendimento e a manipulação do público e do privado, e o enriquecimento corruptivo são axiomáticos.

O ato inculto, dos desprovidos de instrução, que revela o sujeito inepto revelador da falta de saber cultua essa alienação que contribui exatamente para o lodo pantanoso que se transformou a política.

Genuinamente parvo se caracterizam pela redução da capacidade de raciocínio, praticam o senso comum de retransmissor, de estupidez, de alienação domesticada, de tolo, e em uma delas está o preconceito.

Esse ajuizamento ou adesão, ou meramente rejeição, sem uma reflexão mais densa, sem uma análise mais criteriosa gera o preconceito. Esse ato pueril resulta de uma disposição ou indisposição irrefletida, automática, impensada, bruta, ignorante em sua acepção plena.

Segundo Albert Einstein: “Época triste a nossa em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo”.

Diminutos fortemente encontram essa alienação e seu culto, que designa os rasos conteúdos reprimidos da consciência, e também de sua despersonalização do indivíduo.

A falta de interesse em conhecimento, o reduzido interesse com seu umbigo, os levam a perda analítica, consequentemente a razão.

Grande mestre Machado de Assis em seu magnífico conto, O Alienista, retrata um hospício, asilo de alienados, o que revela o significado aquele que não pertence a si mesmo.

Na política, quem se comporta alienadamente, não toma a consciência do que sobrevêm a sua volta, e quando se dá conta atua como objeto de manada, não tem percepção clara daquilo que carece fazer. Somente segue o senso comum e a ignorância alheia.

Dante Alighieri em sua obra “A Divina Comédia” brada “Sede homem, sim, mas não obtuso gado”. A obtusidade costuma acompanhar a conduta como bando, como gado, como incapaz.

Outro atributo do alienado é seu egocentrismo. Patologia intrínseca da bestialidade, situada em seu próprio eu, olha para seu redor a partir do seu próprio eu. Esse indivíduo além de cultuar a alienação, tem como referência, tornar-se a si mesmo como sendo a medida para todas as coisas.

Em “Admirável Mundo Novo”, do inglês Aldous Huxley, retrata uma sociedade no futuro que não daria certo, portanto, um distopia. Para ele, neste contexto pondera: “Posso simpatizar com a tristeza dos outros, mas não com seus prazeres.”

Ser alienado é uma condição egocentrista, de pensamento míope, de um indivíduo mediocremente manipulado que segue apenas o fluxo da manada.


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Henrique Matthiesen

Henrique Matthiesen – Bacharel em Direitoo e Jornalista

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