“O mundo gosta das pessoas neutras, mas só respeita as que têm atitude”

Opinião
Guaíra, 26 de setembro de 2017 - 09h25

Quando coloquei esta frase na capa do meu facebook há um tempo, a mensagem que interpretei dela foi: se você quer mudar alguma coisa no mundo, tenha atitude, porque reclamar sentado não adianta.

Acho que o maior legado que meu avô deixou é de que, não importa a situação, a gente deve sempre ser honesto e prezar pela verdade, principalmente quando se tem um veículo de comunicação em mãos. Quando vejo a falta de coragem de algumas pessoas que poderiam mudar muitas coisas mas não mudam, seja por comodismo ou por politicagem, penso logo que é uma pena que não tiveram uma família como a minha.

Ser honesto, falar a verdade e brigar por ela ofende muita gente.

Posso garantir que uma das coisas que aprendi nesses últimos anos foi isso. Todos os “nãos” que falei renderam muito ódio. Porque muita gente acha que tudo na vida tem um preço, mas, na educação que recebi, não tem.

Desde a eleição de 2012, logo depois que assumi o comando do jornal, foram inúmeras ofensas, capas de jornais fundados somente para nos perseguirem, “jornalistas” ofendendo, tentativas de corromperem o editorial do jornal e, a cada “não” que eu dizia, dezenas de ataques surgiam.

Por essas e outras que raras são as vezes que manifesto minha opinião no jornal e, quando manifesto alguma coisa em rede social, mesmo que esteja desabafando, tenha sido ofendida ou esteja somente respondendo (o que quase nunca faço se comparado à quantidade de ataques que sofro), muita gente me acusa de estar errada. É fácil dizer “não responda” ou “fica quieta” quando não é com você.

Existe uma mania de acharem que porque você é dono de um meio de comunicação, merece ser agredido se você tem opinião própria, mesmo não usando sua empresa pra isso.

Raramente escuto alguém dizendo algo do tipo “não sei como você aguenta tanta perseguição”, mas sempre escuto “quem mandou você responder”.

E uma coisa, sem o menor tom de feminismo eu posso garantir: o fato de ser mulher e enfrentar esses homens sem medo, os deixa irritadíssimos. Pra mim isso é mais do que fato. Minha mãe sempre viveu isso, mas sempre teve mais jogo de cintura do que eu. Sou mais ríspida, mais direta e raramente volto atrás de uma posição que considero correta.

O que eu quero dizer com tudo isso? Simples. Quero dizer que muita gente julga, muita gente ofende, odeia, aponta nossas falhas, critica nossos deslizes, mas poucas dessas pessoas têm atitude de tentar mudar o que está errado, principalmente quando isso não afeta sua vida.

A frase do Herbert de Souza (sociólogo Betinho) diz:

“Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida”.

Por isso eu pergunto: O que você faz para mudar o que vê de errado por aí?

Eu sigo tentando fazer a minha parte. Erro muito, falho demais, entro em discussões, às vezes desnecessárias, mas sigo em frente acreditando que, no caminho, existem pessoas que também não desistem de confiar que podemos mudar alguma coisa, por menor que seja nossa atitude diante de tanta coisa errada que existe por aí. A justiça humana às vezes acerta, às vezes erra, às vezes tarda, mas uma coisa é fato: uma hora a conta vem.


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Inara Lacativa

Inara Lacativa – Jornal O Guaíra.

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