O “recall” dos políticos

Opinião
Guaíra, 16 de março de 2020 - 13h57

Por que o Brasil não é um país de primeiro mundo com todo potencial que possui? Por que que o país acumula problemas após problemas sem solucioná-los na medida em que vão surgindo? É claro que a raiz dos problemas está muito relacionada às administrações públicas dos municípios, porque estão todos inseridos no contexto do Brasil e são os pilares do sistema da federação brasileira, sendo todos a célula mãe da nação e todo sistema econômico do país parte desta base, do município, onde vivem todos brasileiros onde se constroem e produzem toda riqueza do país e ainda se recolhe os tributos à União.

Então, todo denominador comum está numa competente administração municipal na participação da riqueza coletiva, na saúde, no emprego e no lazer. Entretanto, fato é que nem sequer de fato e de direito tem existido a ética no decoro das representações no governo municipal, onde há o abuso em disputas pessoais, disparates nas discussões, não existe objetivo algum o tempo todo e em todo tempo. Até parece não ter soluções a dar à municipalidade o que planejar, o que indicar ao gestor público, apenas um festival de desaforos.

Gastam o desnecessário em cargos comissionados, nos abusivos desvios das funções públicas, do que nos mais relevantes projetos ou serviços à população. Arrecadam os impostos, mas negligenciam a mínima porcentagem ao sistema de saúde. Nestes últimos anos, a gestão pública de Guaíra tem causado enorme indignação pelo conjunto de atitudes míopes, equivocadas pelos grupos políticos que estabeleceram num rodízio de conchavos, criando uma elite política local, que tem desafiado o senso comum da população pela mediocridade. Resgata sempre os que já governaram, os mitos, os jargões, as frases feitas e os preconceitos são postos, cuja finalidade é construir mais uma nova ilusão aos eleitores, cristalizando as falsas verdades, as promessas vãs, os velhos políticos estão sempre comungados aos antigos clichês políticos. Os velhacos demagogos.

É necessária a reflexão sobre o costumeiro hábito de circular, pelas esquinas da cidade e continuar a poluir, a contaminar com as falsas verdades ou ainda nas deturpações de fatos e na destruição das evidências para com isto validarem a continuidade no poder.

Na verdade, hoje, os políticos fazem uma construção de uma visão de um panorama saudável de fácil digestão para a população, mas o objetivo maior desta fantasia, o estelionato eleitoral, é a conquista do controle total local. Tais candidatos e todos eles são repetentes reprovados pelo povo, mas se utilizam de uma linguagem camaleônica para obter uma perfeita anuência dos vários segmentos da sociedade local na finalidade do controle total.

A jornada para entender o Brasil no seu progresso passa, portanto, pelos seus municípios, mas, para tanto, isto está nas mãos de nossas escolhas que requerem uma mente livre capaz de entender e aceitar as verdadeiras causas das negligências dos responsáveis na condução da coisa pública e suas consequências, que podem levar o município a estagnação, econômico-social urbano, refletindo no país.

E por que, então, não foi conquistada a prosperidade urbana em nossa cidade na sua revitalização? Lógico que não se trata de alterar toda uma cultura municipal ou então melhorar a matéria-prima humana, para poder induzir o cidadão a escolher melhor seus políticos. Mas é relevante saber que cada eleitor procure em seus candidatos o caráter da personalidade, a boa formação acadêmica, o domínio da coisa pública, as ideias, seus ideais, os projetos, programas que atenderão todos os interesses coletivos.

Para que haja o avanço social, não apenas como uma nação definitivamente organizada, mas os municípios são as entidades de direito público corresponsáveis pelo avanço da nação desde que façam sua parte com responsabilidade e ética pública na prestação de seus serviços e na elaboração de projetos que viabilizam o desenvolvimento sócio econômico, sem os conchavos políticos, empreguismo e compadrio; situações que impedem o progresso do país.

Sendo assim, o “recall” que pode ser exercido nas próximas eleições municipais é chamar de volta todos os políticos do governo municipal que não souberam, pela incompetência, gerir a coisa pública. O “recall” é um direito que o voto proporciona em uma democracia cuja finalidade é redefinir uma nova gestão pública, com novos valores e propostas para com a sociedade.

Afinal, Guaíra é uma ideia viva que deve ser defendida e protegida sempre dos maus gestores públicos, pois este município é confiante e não pertence a grupo algum e deve, sim, romper com a velha elite política municipal, se afastar dos dogmas que amarraram o Brasil por anos na subserviência para que este município de Guaíra se encontre de fato com século XXI.


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Paulo Sérgio Lelis

Paulo Sérgio Lelis é Mestre em Direito Público

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