No calendário das comemorações improváveis, 15 de agosto marca o Dia do Solteiro, uma data que ainda arranca risos, olhares atravessados e até certa piedade disfarçada. Afinal, em uma cultura que idolatra o par perfeito, quem celebra a solteirice ainda é visto como quem “não deu certo”. Mas e se a gente ressignificasse essa data? E se, em vez de um lembrete de “falta”, ela fosse um convite à presença plena?
Estar solteira não é um estado de carência, é um estado de consciência. E pode ser um dos períodos mais ricos, curadores e transformadores da vida de uma mulher. Porque não se trata de esperar alguém que “complete”, mas de construir uma vida tão inteira que só faz sentido dividir com quem soma — e não subtrai.
Abaixo, 5 verdades sobre estar solteira que ninguém te conta, mas que você merece viver. Especialmente hoje.
- Cuide do jardim
Enquanto o mundo te pressiona a achar logo uma “flor rara”, que tal cuidar do seu próprio jardim? Autoconhecimento, terapia, espiritualidade e projetos pessoais não são distrações: são alicerces. Gente inteira atrai gente inteira. E quem cultiva bem o solo interno, floresce — com ou sem companhia. - Atenção não é intenção
Um elogio não é um compromisso. Um match não é promessa. E nem todo interessado tem maturidade para estar. Saber diferenciar atenção vazia de intenção genuína é proteger o próprio coração de armadilhas afetivas. Estar solteira é também aprender a não se contentar com migalhas emocionais. - Seletiva, sim. Inacessível, não.
Ter critérios não é sinônimo de arrogância — é amor-próprio em ação. Mulheres que se conhecem não mendigam presença, não relativizam valores e não silenciam sua verdade para caber em relacionamentos rasos. A questão não é estar “difícil”, é ter clareza sobre o que se quer (e sobre o que não se merece mais). - Viva o agora sem medo do depois
A solteirice não é um purgatório à espera do “felizes para sempre”. É um tempo fértil, cheio de possibilidades, reinvenções e propósitos. Viver com sentido hoje é o que pavimenta um amanhã mais alinhado. Quem se basta não precisa — escolhe. E isso muda tudo. - Não tenha medo de parecer demais
Intensa, profunda, sensível… não são defeitos. São dimensões. Se você assusta, talvez seja porque brilha onde há medo da luz. Honre sua essência, mesmo quando ela for “incompreendida”. O raso sempre se assusta com o fundo — mas o verdadeiro reconhece e mergulha.
Neste 15 de agosto, que cada mulher solteira se celebre não como quem “ainda não foi escolhida”, mas como quem está escolhendo com sabedoria. Porque estar solteira não é estar encalhada. É estar em processo. E processos não se apressam. Que ela espere, não por comodismo, mas por convicção. Porque sabe o que vale. E não aceita ser vivida pela metade.
*Adrielle Lopes é mentora de mulheres, cantora e autora do livro Encalhada? Não! Eu escolho….