Era uma noite comum de Guaíra, o dia 22 de agosto de 2025, mas com cheiro de festa e alma de celebração. O plenário da Câmara Municipal, geralmente reservado a debates e votações, se encheu de fé, emoção e aplausos. Não era apenas a entrega de um título: era o reconhecimento público de uma história de amor, dedicação e presença que transformou uma cidade.
Conduzido até o espaço de honra pelos vereadores, o padre Diego Ricardo Mendes não entrou sozinho. Trouxe consigo a memória de sua formação, o afeto da mãe Vera, os olhares atentos dos fiéis e, sobretudo, o testemunho de uma comunidade inteira que o abraçou desde sua chegada, em 2020, à Paróquia Nossa Senhora Aparecida.
Os discursos se sucederam como capítulos de uma mesma narrativa: a do menino de Monte Azul Paulista que, ainda tão jovem, recebeu a missão de pastorear uma paróquia inteira. O bispo Dom Milton Júnior recordou o início, quando apresentou o recém-ordenado a Guaíra e percebeu, nos olhos do conselho administrativo, a preocupação com a juventude daquele padre. Hoje, cinco anos depois, a preocupação deu lugar à gratidão. “Vocês são testemunhas, ainda mais do que eu, do bem que ele tem realizado”, resumiu o bispo.
O ex-vereador Caio César Augusto, responsável pela indicação do título, abriu o coração diante da plateia: em oito anos de mandato, esse foi o único título que propôs. “Padre Diego, sua fé virou ação, suas palavras viraram esperança e sua presença virou história em Guaíra”, declarou, arrancando aplausos e lágrimas discretas dos presentes.
Em nome da comunidade, Laura Nabarro Lelis reforçou aquilo que todos já sabiam: o padre Diego não é apenas pastor, mas amigo, conselheiro, presença de exemplo. O prefeito Antônio Manuel da Silva Júnior, enfatizou o reconhecimento de toda a cidade: “Este título não é apenas uma honraria formal. É um sincero ‘muito obrigado’ de Guaíra. Padre Diego é exemplo de serviço ao próximo e de amor à nossa comunidade”.
E, quando recebeu a palavra, o padre falou não como quem recebe uma medalha, mas como quem assume novamente uma missão. Reconheceu os desafios, recordou os primeiros passos tímidos e, com humildade, agradeceu à comunidade que caminhou com ele. “Ainda sou uma criança aprendendo com vocês, a cada dia e a cada desafio. Aprendendo a ser padre, aprendendo a responder diariamente o ‘sim’ ao chamado do Senhor.”
No auge da emoção, conduziu todos em oração, como faz em suas missas: olhos fechados, coração aberto. Foi como se o plenário se transformasse em igreja, e a política desse lugar à fé.
Ao final, entre flores entregues à mãe, aplausos demorados e olhares emocionados, o título de Cidadão Guairense deixou de ser apenas um diploma em metal. Tornou-se símbolo vivo de uma verdade já sabida por todos: padre Diego não é apenas pároco de Guaíra. Ele é filho, irmão, amigo e guia de uma cidade inteira.
Nesta noite, Guaíra não apenas homenageou um sacerdote. Guaíra adotou um filho, e o fez para sempre.