Apesar do ocorrido, Netinho Nogueira não culpou o agressor pelo ocorrido. Ex-funcionário da Seleta culpou, através de mensagens, todos os vereadores por ter pedido o emprego no ano passado e por este motivo estava passando necessidades
Na tarde desta segunda-feira, 07, o presidente da Câmara Municipal, Mario Carlos Nogueira Neto foi agredido por um munícipe, por volta das 12h20, em frente ao prédio da Casa de Leis. De acordo com Netinho Nogueira, ao sair do veículo, escutou alguém o chamar por “Neto” e ao virar recebeu uma pancada em cima de seu olho direito.
“Não vi quem era no momento. Não acredito que tenha sido um soco, pois o ferimento não atingiu meu olho, apenas a sobrancelha”, mostra o parlamentar, que acredita ter sido atacado por algum objeto. Testemunhas que estavam próximas ao local conseguiram identificar o suspeito.
Após o ocorrido, o presidente da Câmara se deslocou à delegacia para delatar a ocorrência e posteriormente ao Pronto Socorro, por pedido da polícia.
Segundo Netinho, ele havia recebido diversas mensagens de áudio através da rede social WhatsApp do indivíduo, que criticava todos os vereadores por ter sido demitido da empresa Seleta no ano passado. “Ele estava muito alterado e culpava os parlamentares por ter perdido o emprego, como se a Câmara tivesse responsabilidade no corte do valor do contrato que a prefeitura fez com a firma em 2015”, declara. “Eu o disse para ir até à Casa de Leis que conversaríamos sobre o assunto”, completa.
O parlamentar, apesar do ocorrido, não culpou o guairense. “Pelas mensagens, ele parecia estar com necessidades financeiras, pois falou que os vereadores poderiam pagar suas contas de aluguel, alimentação, entre outros. Não sei qual a real situação dele. No momento da raiva acabamos cometendo erros. Não o culpo pelo o que aconteceu”, explicou Netinho, que se mostrou chateado com os comentários maldosos que foram criados após a agressão. “Disseram que eu estava mal no pronto-socorro, o que deixou minha família desesperada, o que não aconteceu. Soltaram boatos irônicos sobre o ocorrido, o que me deixou aborrecido.”
Pelas afirmações do suspeito através da conversa pelo WhatsApp, percebe-se que ele culpava os parlamentares, pois essa teria sido a orientação quando foi dispensado do serviço. Porém, em contato com o responsável da unidade da Seleta Ambiental em Guaíra, Charles Michel Chinelato alegou que quando os funcionários foram mandados embora, a empresa justificou que isso seria em decorrência de uma “redução do quadro devido ao corte dos serviços contratado pela prefeitura”.
Chinelato ainda declarou que o agressor fazia parte da equipe padrão de serviços gerais, um dos setores cortados com a redução do contrato.
CONTRATO COM A SELETA
Após pagar mais de R$ 10 milhões à empresa Seleta Meio Ambiente, desde 2013, em outubro do ano passado, o contrato foi revisto e parte dos serviços ficou sob responsabilidade do governo municipal, como a operação do aterro sanitário e a equipe padrão (pintura de guias e raspagens de sarjetas entre outros) que foi assumida por funcionários do quadro efetivo.
Segundo Charles Michel Chinelato, após a mudança no contrato com a prefeitura, a empresa ficou responsável apenas pelo recolhimento de lixo do município e a varrição.
O Jornal O Guaíra tentou pesquisar os atuais gastos com a empresa Seleta para divulgar nesta reportagem, mas o Portal da Transparência no site da prefeitura ficou fora do ar durante toda a tarde de ontem.